Medidas contrárias à responsabilidade fiscal em anos anteriores e escolhas do atual governo agravam contas públicas no Brasil

Nesta segunda-feira, Governo Federal anunciou rombo de R$ 230 bilhões em 2023, o 2º pior desempenho da história


0
Guilherme Cé (Foto: Gilson Lussani)

Foi divulgado nesta segunda-feira (29) o resultado das contas públicas em 2023, com o 2º pior desempenho da história do Brasil. No ano passado, o Governo Federal gastou mais do que arrecadou R$ 230 bilhões, cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O tema foi abordado pelo economista Guilherme Cé no quadro Direto ao Ponto desta terça-feira (30).

O resultado de 2023 supera apenas o ano da pandemia, em 2020. Com uma dívida pública que hoje representa cerca de 70% do PIB brasileiro, a tendência é que a situação seja agravada. Cé atribui a responsabilidade deste cenário não só ao Governo Lula, já que as cifras do ano passado também refletem decisões de anos anteriores. “O resultado é de 2023, mas também é fruto muito das escolhas de 2022”, considerou.

O economista afirmou que pode-se dividir de forma igualitária a culpa pelo desempenho. Ele relatou que medidas contrárias à responsabilidade fiscal foram implementadas em 2021 e 2022, durante o Governo Bolsonaro. Essas iniciativas tem reflexos em anos posteriores.

Quanto ao futuro, Guilherme Cé explicou que, se não houver um controle fiscal, o país pode se endividar ainda mais. “O Governo Lula vem fazendo escolhas perigosas, escolhas que terão um custo ali na frente”, citou o economista. Ele entende que é fundamental cortar as despesas de forma imediata, já que o aumento de impostos seria inviável ao contribuinte, pela carga acentuada que já vigora atualmente. Outro agravante é o ano eleitoral, quando tradicionalmente as despesas do poder público acabam se acentuando.

O Governo Federal possuía uma estimativa de rombo na casa de R$ 100 bilhões para 2023, menos da metade do que acabou acontecendo. Um dos motivos da piora do resultado foram decisões judiciais para pagamentos de precatórios que comprometeram o orçamento em R$ 90 bilhões.

Texto: Gilson Lussani
[email protected]

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui