Mesmo perdendo tudo, funcionários estão se doando pelos outros, valoriza o proprietário do restaurante Casa do Morro de Cruzeiro do Sul

Espaço não foi atingido, mas os funcionários perderam praticamente tudo por causa da enchente, e, de forma solidária, realizaram a produção de marmitas


0
Funcionários do restaurante Casa do Morro realizam a confecção e distribuição de marmitas (Fotos: Divulgação)

“As pessoas perderam tudo e estão desde o primeiro momento trabalhando pelos outros”. Este comentário é do empresário e engenheiro, Diego Conte, proprietário do restaurante Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul, ao se referir sobre a produção de marmitas realizada pelos seus funcionários. Eles foram atingidos diretamente pela enchente e mesmo assim produzem refeições para as pessoas que também tiveram perdas neste desastre natural.

Conte tem 23 funcionários, entre os que atuam diretamente no local e aqueles que auxiliam somente nos finais de semana. “A grande maioria perdeu tudo na primeira enchente do ano passado e o pouco que restou na segunda enchente”, relata. “Em janeiro tivemos um temporal que danificou muito a rede elétrica e a Casa do Morro ficou 10 dias de portas fechadas. Agora em maio, praticamente todos os funcionários foram afetados novamente”, desabafa Conte.

Assim que iniciou a enchente de maio, Conte orientou que os funcionários e seus familiares fossem até o restaurante da Casa do Morro para fazer as refeições. Lá eles começaram a fazer marmitas e a distribuir para algumas pessoas da comunidade. “Eram 40, 50, 60 marmitas; logo aumentaram para 100, 140, 180. Criei uma vaquinha online para minimizar esse custo. Chegamos a entregar 400 marmitas com recursos próprios e recursos das pessoas que ajudaram na vaquinha”, relata. “Em determinado momento servimos café da manhã, almoço e janta nas localidades atingidas. Nós não entregamos refeições nos abrigos e por isso tínhamos que preparar toda a logística de entrega nas localidades mais afetadas”, acrescenta.

Diego Conte (Foto: Divulgação)

Conte acrescenta que a vaquinha serve, sobretudo, para a confecção das marmitas, sendo uma das maneiras mais práticas de quem não consegue ajudar, poder contribuir com muita efetividade. Para que esse trabalho possa ter continuidade, o empresário frisa que as doações são fundamentais. Recentemente, um produtor de soja do estado do Mato Grosso doou 120 toneladas de arroz, feijão, água e produtos de limpeza, mas as doações não podem parar. O restaurante Casa do Morro já abriu as portas, mas a produção de marmitas continua sendo realizada.

“A Casa do Morro é um símbolo do Vale do Taquari; o restaurante Casa do Morro também é um dos restaurantes mais tradicionais da região; as pessoas que trabalham lá são simplesmente fantásticas, as histórias de vida são simplesmente fantásticas. As pessoas perderam tudo e estão desde o primeiro momento trabalhando pelos outros”, desabafa.

Consumir no comércio local

Conte faz um apelo para que a população do Vale do Taquari volte a consumir no comércio local, pois a economia e os serviços precisam ser retomados na região. “A Casa do Morro suplica para que o comércio volte, para que as pessoas voltem a consumir, para que não se sintam, de maneira nenhuma, culpadas por qualquer movimento que fizerem nesse sentido. Pelo contrário, estão contribuindo muito”, declara.

Texto: Elisangela Favaretto
[email protected]

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui