![Funcionários do restaurante Casa do Morro realizam a confecção e distribuição de marmitas (Fotos: Divulgação)](https://independente.com.br/wp-content/uploads//2024/05/WhatsApp-Image-2024-05-27-at-13.23.51-1-e1716988209854-696x685.jpeg)
“As pessoas perderam tudo e estão desde o primeiro momento trabalhando pelos outros”. Este comentário é do empresário e engenheiro, Diego Conte, proprietário do restaurante Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul, ao se referir sobre a produção de marmitas realizada pelos seus funcionários. Eles foram atingidos diretamente pela enchente e mesmo assim produzem refeições para as pessoas que também tiveram perdas neste desastre natural.
Conte tem 23 funcionários, entre os que atuam diretamente no local e aqueles que auxiliam somente nos finais de semana. “A grande maioria perdeu tudo na primeira enchente do ano passado e o pouco que restou na segunda enchente”, relata. “Em janeiro tivemos um temporal que danificou muito a rede elétrica e a Casa do Morro ficou 10 dias de portas fechadas. Agora em maio, praticamente todos os funcionários foram afetados novamente”, desabafa Conte.
Assim que iniciou a enchente de maio, Conte orientou que os funcionários e seus familiares fossem até o restaurante da Casa do Morro para fazer as refeições. Lá eles começaram a fazer marmitas e a distribuir para algumas pessoas da comunidade. “Eram 40, 50, 60 marmitas; logo aumentaram para 100, 140, 180. Criei uma vaquinha online para minimizar esse custo. Chegamos a entregar 400 marmitas com recursos próprios e recursos das pessoas que ajudaram na vaquinha”, relata. “Em determinado momento servimos café da manhã, almoço e janta nas localidades atingidas. Nós não entregamos refeições nos abrigos e por isso tínhamos que preparar toda a logística de entrega nas localidades mais afetadas”, acrescenta.
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Conte acrescenta que a vaquinha serve, sobretudo, para a confecção das marmitas, sendo uma das maneiras mais práticas de quem não consegue ajudar, poder contribuir com muita efetividade. Para que esse trabalho possa ter continuidade, o empresário frisa que as doações são fundamentais. Recentemente, um produtor de soja do estado do Mato Grosso doou 120 toneladas de arroz, feijão, água e produtos de limpeza, mas as doações não podem parar. O restaurante Casa do Morro já abriu as portas, mas a produção de marmitas continua sendo realizada.
“A Casa do Morro é um símbolo do Vale do Taquari; o restaurante Casa do Morro também é um dos restaurantes mais tradicionais da região; as pessoas que trabalham lá são simplesmente fantásticas, as histórias de vida são simplesmente fantásticas. As pessoas perderam tudo e estão desde o primeiro momento trabalhando pelos outros”, desabafa.
Consumir no comércio local
Conte faz um apelo para que a população do Vale do Taquari volte a consumir no comércio local, pois a economia e os serviços precisam ser retomados na região. “A Casa do Morro suplica para que o comércio volte, para que as pessoas voltem a consumir, para que não se sintam, de maneira nenhuma, culpadas por qualquer movimento que fizerem nesse sentido. Pelo contrário, estão contribuindo muito”, declara.
Texto: Elisangela Favaretto
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