Ligações elétricas são improvisadas pelos moradores, com o objetivo de garantir o abastecimento. (Fotos: Natalia Ribeiro)

Inaugurado na primeira quinzena de março, o residencial Novo Tempo 2, em Lajeado, ainda carece de energia elétrica. As 160 famílias que residem nos apartamentos, que estão localizados no Bairro Santo Antônio, fazem ligações perigosas para garantir o abastecimento de luz e de água no condomínio. Eles pedem providências da prefeitura, da construtora e da administradora do prédio.


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Desde que mudou para o apartamento, em 16 de março, Jeisibel dos Santos Soares, 26 anos, aguarda pela ligação da energia elétrica. Ela mora no Bloco 4, mas garante que a situação atinge todos os habitantes do conjunto. “O problema é no condomínio. Não tendo luz, a gente não consegue ligar as bombas que levam água para as caixas, e que abastecem os apartamentos. Falta água todos os dias”, relata.

Jeisibel dos Santos Soares reclama a falta de respostas dos responsáveis.

Encontros foram realizados para debater a falta de luz. Conforme os moradores, foram duas reuniões, que contaram com a participação da ALM Engenharia, responsável pela obra, e da Alfa City, que administra o residencial. “A imobiliária disse que precisa de um CNPJ para solicitar o abastecimento de luz, e que isso está demorando por conta de uma papelada que a empreiteira ainda não repassou”, conta.

A partir de orientações da ALM Engenharia, os moradores fazem ligações elétricas para garantir água nos apartamentos. “Essa ideia partiu da construtora, que não sabe quando o serviço será regularizado. Assim que falta água, vou na guarita, pego uma extensão, ligo os fios em tomadas do apartamento e assim começa o bombeamento para a caixa d’água”, adimite a jovem.

A empresa, que tem sede em Venâncio Aires, não confirma a informação. Um funcionário foi deslocado para atender os moradores. “Quando os imóveis foram entregues, disponibilizamos uma ligação provisória e um empregado para que colocasse as caixas em uso”, relata o diretor da empresa, Luiz Paulo Assmann Junior. O processo ocorreu com naturalidade. “Fizemos a entrega como de praxe, e deixamos para que a administradora fizesse o pedido de luz e água”, garante.

Engenheiros da ALM garantem que prestam atendimento aos moradores.

Mesmo entendendo que não é sua responsabilidade, e justificando demora no atendimento, a empresa solicitou 11 ligações elétricas, nesta segunda-feira (11). “Não compreendemos porque isso está acontecendo. Já há uma ata de constituição de condomínio e um síndico  eleito. Com esses documentos poderia se estabelecer o CNPJ. A Alfa City diz que ainda precisa de um registro da convenção, no entanto, esse termo está no Registro de Imóveis de Lajeado há 15 dias”, sustenta.

Contrapartida

A Alfa City  foi contratada pela Caixa Econômica Federal, via licitação. O prazo é de um ano. Durante esse período, a administradora depende da liberação do banco para manifestar sua versão.

Mesmo com a recusa para uma entrevista, a empresa, que é de Porto Alegre, alega que o pedido para ligação de energia não é sua responsabilidade. “Assim que entrega os imóveis, qualquer construtora dá o mínimo de condições aos moradores, o que inclui a instalação de água e luz comum. Deveriam ter feito a ligação temporária, para que depois a imobiliária assumisse a administração do prédio”, pontua o assessor de condomínios da Alfa City, Felipe Nunes.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas) de Lajeado informou que depois da assinatura dos contratos a prefeitura deixa de ter ligação com os apartamentos e passa a responsabilidade para a empresa que faz a administração. Não há prazo para que o impasse seja resolvido. NR

Confira processo de bombeamento da água, que é ativado pelos moradores:

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