“Mulheres da Década” na categoria “Tradicionalismo”: Jéssica Thaís Herrera

Em 2018, na 48ª Ciranda realizada em Campo Bom, ela obteve o título máximo de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul


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Jéssica Thaís Herrera, 25 anos, é a laureada na categoria “Tradicionalismo” no Troféu Mulheres da Década.

Jéssica estudou na Escola Municipal de Ensino Fundamental Porto Novo até a 8ª série e cursou o Ensino Médio no Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat). Quando pequena, já despertou interesse pelo tradicionalismo. A sua família morava na frente do CTG Tropilha Farrapa, no bairro São Cristóvão e ela gostava de acompanhar as atividades que aconteciam no galpão.

“Ninguém da minha família era tradicionalista e, por isso, não tínhamos envolvimento direto, mas com essa minha curiosidade, em 2006, aos 8 anos, minha mãe me levou nos ensaios das invernadas pré-mirim e mirim e desde lá me inseri nas atividades, inicialmente na dança e depois nas atividades culturais de prenda de faixa. Tive vontade própria de participar e ser ativa na cultura gaúcha, onde fiz várias atividades e me desenvolvi para ser a pessoa que sou hoje. Levei minha família para dentro do CTG”, conta.

Em 2009, Jéssica participou do primeiro concurso da Ciranda Cultural de Prendas da entidade e foi eleita a primeira prenda mirim do CTG. Em 2010 participou do concurso regional e conquistou o título de 3ª Prenda Mirim da 24ª Região Tradicionalista (RT).

Na categoria juvenil, em 2015, conquistou o título de 1ª Prenda Juvenil da 24ª RT. Em 2016, na 46ª Ciranda Cultural de Prendas, em Passo Fundo, ficou em 4º lugar. “Não recebi uma faixa, mas tive pleno reconhecimento de que era uma boa colocação e que era um resultado muito positivo para quem nunca tinha participado de um concurso estadual. Depois de alguns anos que a nossa região não tinha uma representante, nós batemos na trave”, lembra.

Em 2016 foi eleita a 1ª Prenda do CTG e também a 1ª Prenda da 24ª RT na categoria adulta. Em 2018, na 48ª Ciranda realizada em Campo Bom, obteve o título máximo de 1ª Prenda do Rio Grande do Sul. “Com isso participei ativamente representando a figura da mulher e dos jovens o ano inteiro. Percorri o Estado. Foram 72 cidades visitadas no Rio Grande do Sul e fora dele, em Santa Catarina e Uruguai”, conta. “Essas viagens, a troca de experiências e a cultura de cada região foram o que mais me marcou. Andei nas 30 regiões tradicionalistas que compõe o Estado. Em cada uma tenho amizades que ficaram daquela época. Ter esse papel foi muito marcante”, complementa.

Caderno Piá 21

Em 2020, Jéssica assumiu o cargo de diretora de pesquisa e difusão cultural do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) durante um ano, onde realizou a escrita do Caderno Piá 21. Trata-se de um caderno cultural, com várias matérias como geografia, história e tradicionalismo, que é publicado pelo MTG.

Jéssica relata que isso foi tão marcante, que algumas prendas a procuram solicitando ajuda para estudar. Além disso, pedem opiniões em alguns trabalhos ou provas e a chamam para dar palestras. “Isso me alegra, pois a gente não fica no esquecimento, apesar de o título ter sido em 2018, ainda hoje eu colho os frutos desta conquista”, celebra

Persistência

Quando olha para toda essa caminhada, Jéssica se define como uma pessoa persistente. “Nunca foi fácil e nunca foi uma caminha tranquila. Foram muitos percalços e conquistas que ocorreram. Tive muita dedicação, insistência e persistência, principalmente quando não desisti no 4º lugar, quando não ganhei, ou quando o CTG estava reestruturando o Departamento Cultural, além de outras situações que me mostraram que quando eu me determino em algo, faço de tudo para cumprir e realizar”, declara.

Mulheres no tradicionalismo

Jéssica percebe que as mulheres estão conquistando mais espaço no tradicionalismo. “No ano em que fui Prenda do Rio Grande do Sul, o tema do MTG era sobre as mulheres e poder percorrer vários galpões e entidades diferentes para abordar esta temática da mulher, poder tocar no ponto do machismo, por exemplo, foi um grande desafio, ainda mais dentro de uma entidade tradicionalista em que se tem um olhar conservador. Tem uma vertente jovem que vem desconstruindo essa visão, essa questão enraizada do machismo, porque é um espelho que a gente vive da sociedade. As mulheres estão tendo mais espaços de reconhecimento em cargos de liderança, como coordenadora regional, patroa de entidade, presidente do Movimento Tradicionalista. Estão tendo mais voz e respeito pelas suas opiniões”, exemplifica.

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