Na Semana da Mulher, conheça a história da arroio-meense que venceu o preconceito e se destaca na profissão de mecânica

Vanessa Kremer relata que nunca sofreu preconceito mas luta diariamente para conquistar seu espaço


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Foto: Arquivo pessoal

Na semana que antecede o Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira, 8 de março, a arroio-meense Vanessa Kremer (21) comemora a vitória sobre o preconceito. Formada no curso técnico em Manutenção Automotiva da Univates em 2021, Vanessa conta que a decisão de seguir na profissão, predominantemente dominada por homens, veio durante sua participação em um programa federal. A opção, conta, também surpreendeu sua família.

“A decisão foi uma surpresa para mim também. Para toda minha família foi um susto. Enquanto estudava no ensino médio, minha escola foi contemplada por um projeto do governo federal denominado Meninas na Ciência. Conhecemos vários eixos temáticos e conheci o laboratório de mecânica da Univates. Vi todas aquelas bancadas, com aqueles motores e aquele barulho. Aquilo tudo me chamou a atenção. Quando eu estava no terceiro ano do ensino médio fui atrás do curso técnico em Manutenção Automotiva. Quando comuniquei minha decisão aos meus pais, foi um choque, porque sempre puxei para a área de idiomas. Mas hoje eles me dão total apoio. Minha mãe é minha fá número um. Ela comenta com todo mundo que sou mecânica”, relata.

Vanessa Kremer (Foto: Luís Fernando Wagner)

Vanessa comenta que começou na profissão desempenhando serviços básicos, até evoluir para a mecânica avançada. “Comecei com auxiliar de mecânica. Faziam mais a parte de receber veículos 0km, fazer a conferência e entregar para os clientes, além de fazer manutenção básica”, conta. Porém, no início de outubro de 2023, Vanessa deu um passo importante na carreira. “Agora, foi contratada como mecânica. Trabalho diretamente na oficina. No meu serviço atual já lido diretamente com o cliente, antes tinha os consultores técnicos que faziam esse meio de campo”, pondera.

Vanessa comenta que nunca sofreu nenhum tipo de discriminação por ser mulher, por outro lado, percebe a surpresa no olhar de muitos clientes. “Vejo que me olham com cara de surpresa, mas nunca tive nenhuma situação de preconceito. Uma coisa boa que nunca vou esquecer, ocorreu na minha primeira semana de serviço. Meu gerente pediu que eu fizesse uma troca de óleo para um cliente. Eu não tinha a experiência de falar diretamente com o cliente. Era a mãe e filha. Quando chamei-as de volta para entregar o carro, a cliente pediu para me dar um abraço porque ele disse que nunca havia visto uma mulher realizar este tipo de serviço e que tinha ficado muito feliz por isso. Esse fato me marcou muito”, lembra emocionada.

A mecânica Vanessa Kremer, que atua no conserto e manutenção de veículos leves em uma empresa de Lajeado, afirma que a luta para conquistar seu espaço é constante, porém, recompensadora. “É um desafio diário, que você precisa conquistar espaço e lutar muito, mas é gratificante. É um grande desafio, mas não é impossível. Se eu consegui, todas as outras, em qualquer área também podem. Mas é preciso ter força de vontade e lutar muito”, finaliza.

Texto: Luís Fernando Wagner
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