O animal mais letal: 52 bilhões de mortes

Há cerca de 3.000 espécies de mosquitos, mas apenas alguns são os que transmitem doenças


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Sim, o título está certo e chamativo de propósito porque muita gente não vem dando valor aos que atuam na saúde pública e estão recomendando.

Os cientistas e historiadores fizeram pesquisas e chegaram a este número de pessoas mortas na evolução da humanidade. Os mosquitos estão na face da terra há cerca de 190 milhões de anos, evoluindo, fazendo mutações e se adaptando às variações climáticas. E o aquecimento global fez elevarem as médias de temperaturas, aumentando a área territorial de sua atuação. O RS é um exemplo: não tínhamos a dengue, agora está aí. A nossa temperatura se alterou, nossos invernos já não estão mais tão frios. Está havendo alterações com eventos climáticos e nas médias mensais de chuva para mais e cada vez mais frequentes e fortes.

Há cerca de 3.000 espécies de mosquitos, mas apenas alguns são os que transmitem doenças. A grande maioria está dentro de uma cadeia alimentar de outros animais (aves, sapos, morcegos, peixes e grande número de insetos e aranhas). Além disso, são polinizadores importantes para várias plantas.

E lembro que apenas as fêmeas sugam o sangue e precisam deles para seus ovos; elas e os machos se alimentam de néctar e seivas de plantas. E quando contaminadas nos passam as doenças: Dengue, Malária, Elefantíase, Zika, Febre amarela, Chikungunya e outras. Ao sugar o sangue, elas injetam substância para manter o fluxo e o nosso organismo reage e dá a coceira e até alergia para alguns. No Brasil, seis espécies dos gêneros Aedes, Anopheles e Culex são as principais transmissoras de doenças. E seguindo as orientações dos que atuam no controle de mosquitos podemos diminuir os problemas causados. E mais, cerca de 75% da contaminação da dengue ocorreram dentro de casa então cada um é responsável por isso.

E claro as pesquisas comprovam que há pessoas que são preferidas para serem sugadas. A temperatura corporal, gás carbônico da respiração e os microrganismos que vivem na pele fazem a diferença. A cor da vestimenta também nos diferencia, as “mosquitas” preferem cores escuras; se vai para áreas de mato e campo, use roupas claras. E nas noites de lua cheia as “mosquitas vampiras” atacam com mais vontade.

A dificuldade da fiscalização de fazerem o seu trabalho me impressiona. Como um cidadão não permite a ajuda de controle de problema de saúde pública que atinge a todos, não só a sua propriedade?

Está na hora de cobrar isto de forma mais incisiva, inclusive com uso de “drones” para localizar algumas situações. Sobem num prédio alto e olhem ao redor para outros mais baixos, muitos telhados, terraços e lajes são uma verdadeira bagunça com tralhas amontoadas e ótimos esconderijos e criadores não só de mosquitos.

Novas ações de controle estão sendo colocadas entre nós: como a esterilização de machos, novos produtos menos agressivos ao meio ambiente, drones, métodos modernos de aplicação, peixes para comer larvas, fungos para controle de larvas etc. Mas nada substitui o “acabar com criadouros na água parada” para qualquer uma das doenças.

Em termos mais pessoais, janelas e portas protegidas por telas, o velho mosquiteiro ainda tem seu uso. Roupas de proteção mangas compridas e calças são recomendadas para quem vai para áreas de possíveis contaminação. E uso sempre de repelentes com a autorização da Anvisa. Na internet fazem propaganda de produtos não autorizados e dicas caseiras que não têm estudo científico que prove que funciona. O consumo de Vit. B, comer alho, cebola, chás à base de citronela, andiroba, óleo de cravo não possuem aprovação da Anvisa.

Para diminuir as doenças, a comunidade deve abraçar a causa participando no controle. Ou pagamos mais caro com internações e remédios e até com a vida.

Texto por Nilo Cortez, engenheiro agrônomo

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