O óbvio ainda precisa ser dito?

Imaginar que o outro entenderá minha mensagem nem sempre acaba bem


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Foto: Freepik

Foi notícia das mais comentadas nos últimos dias o caso do zelador que desligou um freezer que emitia um alarme que o irritou e, com isso, acabou arruinando uma pesquisa científica que era desenvolvida há mais de 20 anos, causando um prejuízo de R$ 5 milhões. O caso ocorreu há três anos, no estado de Nova York, nos Estados Unidos, mas só foi noticiado agora. Segundo as informações divulgadas, no local, havia uma placa advertindo para que o freezer não fosse movido ou desligado, mas logo em seguida, uma orientação explicava como o som do alarme poderia ser desligado, ou seja, uma instrução passível de dúvidas.

Utilizo desse fato para tratar da necessidade de falarmos o óbvio em nossas relações, tanto profissionais como pessoais. Imaginar que o outro entenderá a mensagem que você quer transmitir nem sempre acaba bem. Por isso é tão importante abrir espaços para o diálogo, porque a palavra escrita exige interpretação, que é feita, por sua vez, de acordo com o repertório de cada um que a lê. Quando existe conversa, oportuniza-se o questionamento e o esclarecimento.

Só que vivemos um tempo em que falar, ao vivo e a cores, também tem ficado mais raro. E se a substituição da conversa pessoal por mensagens trocadas em meios eletrônicos nos traz mais controle, por outro lado, gera prejuízos, muitas vezes, catastróficos.

Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga

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