Porto Alegre prevê até R$ 8 bilhões de prejuízo com enchente

A proteção foi construída no início dos anos 1970, pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS)


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Foto: Divulgação

Enquanto enxurradas e deslizamentos devastaram rapidamente a Região dos Vales e a Serra Gaúcha, as enchentes avançaram de forma gradual até Porto Alegre, há pouco mais de um mês. A Capital é um exemplo de local que poderia ter sofrido menos impactos se tivesse tomado medidas de prevenção, principalmente de manutenção e melhoria do sistema antienchentes, criado nos anos 1970.

A prefeitura da capital estima prejuízo de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões para o município, dentre arrecadação e reconstrução, sem contar o impacto privado. A gestão Sebastião Melo (MDB) tem admitido falhas na proteção contra enchentes, mas diz que foram feitas melhorias, além de citar um histórico de problemas na rede e aponta ter contrato permanente de manutenção. Também anunciou R$ 500 milhões para a recuperação do sistema.

“Todas as manutenções estavam em dia; temos relatórios específicos”, diz o diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Mauricio Loss. Ele menciona que esse tipo de sistema precisa de reparos frequentes, tanto que foram atendidos 768 chamados no ano passado para manutenção eletromecânica, desde troca de óleo até queima de motor.

Além disso, afirma que outra fase de obras precisará envolver uma revisão do que seriam problemas do projeto do sistema, como a altura de parte das casas de bombas (que foram inundadas na enchente).

Problemas nas casas de bombas, muros e diques eram conhecidos havia anos. E existia até estimativa de quanto seria preciso para eliminá-los. Levantamento de um consultor feito no ano passado apontava que R$ 400 milhões eram necessários para recuperar as estações de bombeamento.

O valor é semelhante ao previsto pela prefeitura para reconstruir o sistema. Ou seja, cerca de 5% do prejuízo total estimado pela prefeitura até agora.

A proteção foi construída no início dos anos 1970, pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS), com novas casas de bombas criadas ao longo de décadas. Nos anos 1990, passou para a responsabilidade do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) de Porto Alegre, o qual foi extinto (sob críticas) em 2019. Hoje, é ligado ao Dmae.

Fonte: O Sul

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