Precisamos repensar nossa relação com o trabalho

Pesquisas e mais pesquisas comprovam que trabalhar em excesso implica uma série de perigos para nossa saúde


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Foto: Freepik

Neste ano de 2023, a busca pelo termo burnout na internet alcançou novo recorde no Brasil. O que isso nos sugere? Que aquilo que há alguns anos atrás parecia apenas um termo estrangeiro utilizado para designar o esgotamento profissional está cada vez mais próximo de nós, portanto, familiar.

Trabalhar enquanto os outros dormem, levantar às cinco da manhã, ficar on-line o tempo todo, ter mais de um emprego, manter-se bem informado, investir em rede de contatos. Parece cansativo, né? Mas esse é apenas um trechinho da lista de prescrições que nos bombardeia todos os dias, de maneira explícita ou não.

Pesquisas e mais pesquisas comprovam que trabalhar em excesso implica uma série de perigos para nossa saúde, gerando consequências físicas, psicológicas, sociais. Eu já tive uma experiência de trabalho excessivo, e talvez todos tenhamos em algum momento da vida. O problema é quando isso vira regra, se estende no tempo e sai do nosso controle, porque acaba que nem sequer percebemos.

No meu caso, quando experimentei o outro extremo, me surpreendi ao perceber que muitas das coisas que eu julgava necessárias para o meu dia a dia não eram. Na verdade, meus dias eram preenchidos com outro tipo de coisa, que não as materiais.

Este tema suscita muitas reflexões, e é preciso atentar para o que cada um de nós busca e encontra no trabalho, que podem ser questões muito diferentes. Mas enquanto sociedade, não há dúvida de que precisamos repensar as formas com que nos relacionamos com o trabalho. Do contrário, estaremos apenas seguindo um fluxo que levará ao crescimento material em detrimento de nossa saúde e de nossas relações.

Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga

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