Procuradoria da Suécia pede que suspeito de dirigir caminhão em atentado continue detido


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Mancha de sangue é vista no asfalto após atropelamentos em Estocolmo (Foto: Per Haljestam/Reuters)

A procuradoria da Suécia afirmou nesta segunda-feira (10) que pediu a um juiz que mantenha detido o homem de 39 anos suspeito de ter dirigido o caminhão que matou quatro pessoas e feriu 15 no centro de Estocolmo na sexta-feira (7).

“Um pedido para uma ordem de detenção foi efetuado relativo ao homem preso no sábado de manhã suspeito de crimes terroristas e assassinato”, afirmou o órgão em um comunicado.

Se o pedido for aprovado, as autoridades poderão manter o suspeito em custódia por mais tempo.

O suspeito é um uzbeque de 39 anos que havia tido seu pedido de residência permanente na Suécia negado e expressado simpatia pelo Estado Islâmico. Ele foi identificado pelos jornais “Expressen” e “Aftonbladet” como Rajmat Akilov.

Mais cedo, o chefe da polícia sueca disse que continua confiante de que ele é o homem que dirigia o caminhão que se jogou em cima de pedestres em uma rua movimentada de Estocolmo.

“Estou confiante e tenho certeza de que temos o autor do ataque. Agora o procurador tem que provar isso no tribunal”, disse Dan Eliasson em uma entrevista coletiva.

Eliasson também reconheceu que teria sido difícil deportar o suspeito, por conta da situação de seu país – o Uzbequistão é considerado uma ditadura que viola os direitos humanos. A Suécia não expulsa pessoas a esse país, da mesma forma que a outros na mesma condição.

“É difícil deportar pessoas a certos países que ou não aceitam o regresso de cidadãos ou arriscamos a penalizá-los se os deportamos a força. Estamos falando de regimes ditatoriais”, declarou.

Ele reconheceu que na Suécia existe “um grande número de pessoas” com pedido de asilo negado e com ordem de expulsão – mais de 12 mil, segundo as autoridades – e apontou que esse é um problema que existe “em todos os países europeus”.

Minuto de silêncio

O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, disse nesta segunda-feira que o país jamais irá ceder ao terrorismo, e realizou um minuto de silêncio pelos mortos e feridos de um ataque com caminhão contra pedestres em uma rua comercial de Estocolmo.

“Jamais iremos nos render ao terror”, afirmou Lofven no discurso que fez diante da prefeitura de Estocolmo. Bandeiras foram hasteadas a meio mastro e os sinos da igrejas badalaram enquanto compradores e turistas preenchiam o centro da capital.

Lofven estava acompanhado pela família real com trajes de luto, ministros de governo e membros dos serviços de emergência.

O ataque acabou com qualquer esperança que os suecos pudessem ter de estar sendo poupados da violência militante que vem assolando outras partes da Europa, fazendo com que se questione se, em um sociedade que se orgulha de sua tolerância e de seus valores liberais, a polícia e os serviços de segurança poderiam ter feito mais para impedir a agressão.

“Não estou com medo de ir para a cidade. Mas nunca se sabe, nunca se sabe (o que pode acontecer)”, disse Sankar Ramasuppu, bancário que mora em Estocolmo.

Muitos suecos voltaram ao trabalho nesta segunda-feira pela primeira vez desde o atentado, e a loja atingida pelo caminhão já havia reaberto.

Parada do lado de fora do edifício, com lágrimas nos olhos, Parima Khazai, que administra uma empresa de terapia de pele na cidade, lembrou como escapou por pura sorte.

“Eu deveria estar aqui no momento (do ataque) porque tinha que devolver algo. Mas um amigo queria tomar um café, então nenhum de nós acabou vindo para esta rua”, contou.

Fonte: G1

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