Produtores rurais buscam recuperar áreas atingidas pela cheia do Rio Taquari

Lavouras soja, milho, aipim e tabaco, além de morte de gado e suínos estão entre os setores prejudicados


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Foto: Prefeitura de Cruzeiro do Sul / Divulgação

Após seis enchentes em 2023, entre elas duas grandes nos meses de setembro e novembro, o momento é de recuperação. Produtores rurais do Vale do Taquari correm contra o tempo para amenizar os danos. Lavouras de soja, aipim, milho e tabaco por exemplo, além de criações de frangos, suínos e bovinos foram levados pelas águas. A produção de leite também caiu consideravelmente na região mais afetada pelas cheias no estado.

Reverter a situação é a meta. “Há muito prejuízo no solo. Teve erosão por causa das chuvas torrenciais que levaram muita terra boa embora. Tem nos preocupado como podemos recuperar as terras para continuar produzindo, fora a questão de animais com uma perda bem grande, casas e galpões atingidos”, diz o coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), no Vale do Taquari, Marcos Hinrichsen.

As chuvas deram uma trégua, o que possibilita o levantamento dos danos. O trabalho de recuperação é intenso. Hinrichsen avalia que os impactos entre os produtores são diferentes. “Tudo depende do que foi perdido”, afirma. A retomada do plantio de soja já começou em algumas propriedades. “São pequenas áreas, o agricultor precisa rapidamente fazer o plantio porque depende disso”, diz.

Os produtores investem agora conforme a sua renda e condições de trabalho e contam com as ações dos governos federal, estadual e dos municípios para melhorar as condições. O perfil de pequenas propriedades na região, em média de até 15 hectares, ajuda na agilidade do processo, visto que os recursos financeiros destinados são menores. “Mesmo quem não perdeu pelas cheias do rio, perdeu pelo excesso de chuvas”, comenta o coordenador.

Por meio de programas do Estado, a recuperação do solo já é vista de forma positiva. Uma linha de crédito foi aberta pelo Banco do Brasil para ajudar os produtores. A Caixa Econômica Federal desenvolve um programa de habitação no formato calamidade e há, ainda, doações que estão chegando às famílias. Conforme a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), não há como estimar um prazo de recuperação por completo, depende de cada propriedade.

O criador de frangos de corte da localidade de Linha Lenz, em Estrela, Armindo Schneider conta que perdeu aproximadamente 10 mil aves por conta da cheia do Rio Taquari. “Eu não tive o que fazer. Quando fui ver a água já estava dentro do aviário”, conta.

O seguro cobriu o prejuízo do aviário. A palavra de ordem é recomeçar. “A gente fica na dúvida se permanece aqui ainda ou não. E se vier mais uma enchente grande? Mesmo com seguro, a gente tem compromisso para a entrega.”

Esta é a dúvida de muitos produtores. Mudar de lugar, de cultura ou acreditar em dias melhores. Só o tempo vai dizer.

Texto: Cícero Copello

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