Projeto Arte Inclusiva completa um ano na Apae Lajeado

O projeto surgiu da necessidade de oportunizar cada vez mais alternativas de desenvolvimento, autonomia e bem-estar


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Foto: Divulgação

No mês de março, o Projeto Arte Inclusiva com incentivo da Lei Rouanet completa um ano de atividades na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Lajeado (Apae). Nas categorias música e dança, os alunos da Escola de Educação Especial Bem Me Quer estão tendo a possibilidade de aprender mais sobre os ritmos e as notas musicais com os professores Jackson Augusto von Muhlen e Marcelo Fortes, desenvolvendo diversas habilidades.

A diretora Ana Paula Rech conta que a ideia do projeto surgiu da necessidade de oportunizar cada vez mais alternativas de desenvolvimento, autonomia, bem-estar e valorização da pessoa com deficiência. “Queríamos trabalhar com todas as possibilidades da música e dança: inclui, incentiva, aprimora talentos, melhora a autoestima e confiança dos alunos envolvidos”. As oficinas trazem para os alunos além das habilidades artísticas, disciplina e organização, que são habilidades fundamentais para enriquecer o trabalho pedagógico em sala de aula.

Segundo Ana Paula, os resultados do Projeto são colhidos diariamente nos ensaios assim como nas apresentações e espetáculos que os alunos participam. “Um espetáculo artístico traz visibilidade para a organização, valoriza o empenho dos professores e transforma alunos em artistas. Todos os movimentos que pudermos fazer para melhorar a vida das pessoas com deficiência não podem ser poupados”, destaca.

O professor de Educação Física, Jackson Augusto von Muhlen, define o último ano como “incrível” , onde pôde auxiliar os alunos do Grupo de Dança a evoluírem e aprenderem muitos movimentos na dança. “Trabalho em outras Apaes, mas cada uma tem crianças e jovens diferentes. Acompanhar a evolução deles, quando não conseguiam fazer um passo de dois para cada lado e ver hoje eles dando show nos palcos, é muito gratificante”. A conquista de Jackson com a dança foi iniciando aos poucos, com dinâmicas para conhecer e se identificar com eles. “Através de ritmos, vídeos ou filmes de dança, consegui entender um pouco mais dos gostos deles”, diz.

O objetivo inicial do grupo, era os preparar apenas para coreografias. Jackson iniciou com um grupo menor e aos poucos foi captando mais alunos interessados. Atualmente, as aulas de iniciação já são oferecidas para os menores, para que iniciem a interação e os primeiros passos na dança. “Quando estou começando com os pequenos, coloco música Just Dance, e fico observando aqueles que têm mais desenvoltura e interesse pela dança”. Outra das estratégias do professor foi ensaiar músicas em dupla, como o forró, onde um deles auxiliava o outro a se direcionar. Depois, os adolescentes gostaram do hip hop, onde aprenderam um estilo mais parecido com o funk dos Estados Unidos e tudo foi se encaixando para fechar um ano de atividades com chave de ouro.

O professor de música, Marcelo Fortes, deu início ao Grupo Instrumental da Apae Lajeado. O objetivo era iniciar com instrumentos de percussão e a surpresa foi depois de alguns meses, perceber o interesse dos alunos em começar a utilizar os harmônicos, como violão e flauta. O grupo iniciou a partir de convites, quem queria participar nas salas e após formado, cada um dentro dos seus limites foi mostrando seus dons e capacidades. Utilizaram a Música Popular Brasileira e entraram no baião e forró. “No início eu tocava e cantava, comecei despretensiosa e fomos testando flauta, e foi dando certo. Eles foram despertando o interesse pelas notas e depois de ensaios, começaram a tocar muito bem, assim como o violão”, diz. Fortes já trabalhou em outra Apae e há mais de 10 anos, esteve realizando um projeto de música na Apae Lajeado, conta, feliz em retornar. “Só queria que tudo acontecesse naturalmente, e aconteceu. No início era cada um tocando em um ritmo, parecia que cada um estava em uma sala, depois pegaram o jeito e deu a liga, ficando muito bom”.

Para a área da música, meu objetivo enquanto professor é recapitular tudo do ano passado, o que construímos até agora e ampliar o repertório. “Gosto muito de trabalhar na Apae, estou me sentindo em casa. Para eles tudo é festa, tudo é alegria. O ápice para eles é entrar na van, fazer um show, valoriza a autoestima deles e a nossa integração em sala de aula é muito legal. Tocamos, conversamos um pouco e fortalecemos a parceria do grupo”. AI/RC

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