Projeto “Juntos pela reconstrução da ponte entre Dois Lajeados e Cotiporã” é apresentado para a comunidade guaporense

Campanha quer reconstruir a ligação dos municípios com a Serra Gaúcha


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Foto: Reprodução

Em setembro de 2023, a região foi impactada com a queda de diversas pontes, dentre elas, a sobre o Rio Taquari entre os municípios de São Valentim do Sul e Santa Tereza e sobre o Rio Carreiro que liga Dois Lajeados a Cotiporã.

Pontes ligavam Guaporé à região da Serra Gaúcha, bem como, como rota alternativa à Capital do Estado e região metropolitana. Com o passar dos meses, uma balsa foi disponibilizada pelo Governo do Estado no Rio Taquari para amenizar os impactos da região e ligar novamente a região da Serra e, infelizmente, este mês, outro evento climático, ainda mais furioso, que atingiu praticamente todo o estado, colocando o Rio Grande do Sul em situação de calamidade pública.

Diante desse cenário desalentador, um grupo de empresários da região, inspirados no movimento criado no ano passado em Nova Roma do Sul, desencadeou uma iniciativa chamada “Caminhos do Vale e da Serra”. Na terça-feira (28), nas dependências da Câmara Municipal de Vereadores, de Guaporé, os idealizadores apresentaram à comunidade local e aos meios de comunicação o projeto “Juntos pela reconstrução da ponte de Dois Lajeados a Cotiporã”.

A Associação Caminhos do Vale e da Serra é uma iniciativa popular e apartidária, idealizada por empresários e busca angariar recursos para reconstruir a ponte sobre o Rio Carreiro entre Dois Lajeados e Cotiporã.

“Sabe-se que a situação de calamidade em que o Estado se encontra, aguardar a reconstrução pelo poder público, levaria anos para ter esse acesso reestabelecido. Termo-nos uma ligação para a região da serra é de fundamental importância para a economia dos municípios, para as pessoas que buscam atendimento em saúde, estudantes e o próprio desenvolvimento do turismo. Após estudarmos as possibilidades, este acesso é o mais rápido e com menor custo para ser viabilizado”, afirma Sidinei Capitâneo, um dos idealizadores do projeto.

De acordo com o empresário Daniel Bortolotto, a Associação tem um orçamento estimado em torno de R$ 3.000.000,00 para a reconstrução da ponte que será executada de forma mista em aço e concreto e pretende-se arrecadar este valor em até 60 dias através do pix que foi divulgado, rifa e outros eventos que mais adiante serão divulgados. A execução da obra de 90 a 120 dias e iniciaria em setembro.

“Seriam utilizados os pilares existentes, será construído outro para resistir a força hidrostática e a ponte será colocada em cima destes vãos. Lembrando que esta ponte será provisória e ficará dentro da quota de inundação. Como existe um projeto da Defesa Civil nacional para a construção de uma nova ponte com 15 metros de altura, fora da quota de inundação, a ponte que está sendo capitaneado recursos poderá ser realocada em outro local quando a ponte que será construída pela Defesa Civil estiver pronta”, afirma Bortolotto.

A Associação prestará contas dos recursos arrecadados e conta com o apoio da Câmara de Indústria, Comércio, Agronegócio e Serviços de Guaporé, Câmara dos Dirigentes Lojistas de Guaporé e Dois Lajeados, Sindicado das Indústrias de Joalheria e Lapidação de Pedras Preciosas do RS – Sindijoias-RS, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Emater dos municípios envolvidos, Hospital de Caridade São Roque de Dois Lajeados e Associação Hospital Manuel Francisco Guerreiro de Guaporé.

A grupo possui três frentes de trabalho: a primeira delas e a mobilização para a arrecadação dos valores para reconstruir a ponte. A segunda frente são os acessos as pontes. O grupo está mobilizado e em conversação com as prefeituras de Dois Lajeados e Cotiporã. Em Cotiporã ainda existem obstruções na via de acesso que impede a chegada até o local onde será instalada a ponte e o poder público, como apoiador do projeto viabilizará o acesso o mais breve possível. A terceira frente de trabalho é a reconstrução da ponte de Alcântara. Existe um movimento paralelo com Cotiporã, Bento Gonçalves e Veranópolis para a reconstrução daquele acesso e estamos trabalhando em parceria uma vez que também dependemos da reconstrução daquela ponte.

Em cada município envolvido, criou-se um núcleo de apoio formado por empresários com o objetivo apoiar e promover o engajamento das comunidades ao projeto.

Para o empresário e presidente da Câmara de Indústria, Comércio, Agronegócio e Serviços de Guaporé, Edmilson Norberto Zortea, “o movimento que construímos quer ser parceiro do poder público para acelerar as obras que se fazem necessárias. Precisamos muito deste acesso uma vez que a economia foi fortemente impactada. A região da serra é extremamente importante para todos: empresários, estudantes, a comunidade em geral que busca atendimento de saúde, educação e turismo”.

Para o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guaporé Fernando Marcolin, “agricultura foi fortemente impactada e precisa de alternativas urgentes. Um breve levantamento que foi realizado entre os municípios de Guaporé, Dois Lajeados e São Valentim e no que tange somente a produção de uva nestes três municípios, são em média 15 milhões de quilos de uva que precisam deste acesso para chegar as vinícolas da serra gaúcha. Sem este importante acesso, o frete encarece em torno de R$ 0,10 a R$ 0,20 ao quilo de uva”.

O empresário Edilson Deitos afirmou que “o comércio local já vinha sentindo fortemente os impactos da queda da ponte em setembro e com eventos deste ano, a situação agravou ainda mais. Em se tratando em saúde, a região da serra, os municípios de Caxias do Sul e Farroupilha são municípios de referência para o SUS. Urge, em termos de saúde, para toda a região, a reconstrução da ponte”.

O prefeito de Vespasiano Corrêa Tiago Michellon e presidente da Associação dos Municípios do Alto Taquari (AMAT) enfatizou o quanto é importante a comunidade se mobilizar, embora a responsabilidade seja do poder público.

“O momento é de calamidade e nós, gestores públicos nem sabemos para quem procurar diante de tamanha destruição. Somos uma região de cultura trabalhadora, de sangue que ferve e quer ver a coisa andando. Temos pressa, a lavoura, a produção, as empresas as pessoas precisam reestabelecer suas atividades e a situação é gravíssima no estado”.

O prefeito de Guaporé Valdir Carlos Fabris e presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) disse: “Eu só posso aplaudir a iniciativa! Parabéns, Parabéns! Vamos trabalhar muito para fazer o necessário porque a destruição foi muito grande. O poder público vai estar sempre ao lado de iniciativas como esta. É uma ponte provisória, mas essencial para todos nós! Precisamos abraçar esta causa, ajudar no que for possível para que consigamos reerguer esta ponte.”

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