Em entrevista ao programa Troca de Ideias desta segunda-feira (29), o promotor eleitoral da Comarca de Lajeado, Carlos Augusto Fiorioli, mostrou preocupações com o uso da inteligência artificial nas eleições municipais de 2024.
Conforme ele, este problema — aliado às fakes news e às desinformações nas plataformas que não estão dentro do pode concedente — é um dos mais desafiadores para as instituições de Estado lidarem neste ano.
Fiorioli entende que o embaraço é ainda maior quando ocorrem em propagandas eleitorais impulsionadas com conteúdo claramente manipulado. “Hoje, sabe-se que a inteligência artificial é um caminho sem volta, é necessário e vai acontecer”, reconhece.
Porém, o promotor questiona qual o procedimento de limitação ética dessa utilização. “Isso provavelmente não alcancemos tudo, porque a ética da inteligência artificial está sendo debatida dentro de mestrado e doutorado, e ninguém está preocupado — salvo exceções — no dia a dia”, observa.
O impacto negativo pode surgir a partir do momento em que as pessoas internalizam aquela mensagem de conteúdo modificado como se fosse verdade, alerta o integrante do Ministério Público. Em função disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) haverá de regular para deixar mais claro o que é conteúdo manipulado e impulsionado.
O promotor ressalta que, como a vontade do eleitor é manifesta no voto, se esse voto for viciado, existe a possibilidade de mudar o equilíbrio de um pleito por conta de manipulações.
Texto: Tiago Silva
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