Quase seis meses após enchente catastrófica, sistema de alerta de fenômenos naturais ainda é fraco, afirma promotor

Sergio Diefenbach ressaltou que a comunidade aprendeu a não subestimar a força do rio


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Sergio Diefenbach (Foto: Fernanda Kochhann)

Em março, completam-se seis meses da devastadora enchente que assolou o Vale do Taquari, em setembro de 2023. Em entrevista ao Acorda Rio Grande desta quinta-feira (29), o promotor Sergio Diefenbach falou sobre a busca por soluções para evitar tragédias semelhantes.

Quando questionado sobre a capacidade da região de lidar com uma nova catástrofe desse porte, sua resposta refletiu tanto esperança, quanto preocupação.

Diefenbach afirmou acreditar que se uma nova cheia ocorresse nesta semana, nas proporções daquela de setembro de 2023, os efeitos não seriam tão devastadores. Ele ressaltou que a comunidade aprendeu a não subestimar a força do rio, o que poderia evitar um número tão alto de mortes como no evento anterior. No entanto, ele alertou para a fragilidade que ainda se encontra o sistema de alerta.

O promotor ressaltou que a medição de chuvas, volume e vazão continua insuficiente, tornando as informações imprecisas. O governo tem se empenhado em melhorar esse sistema, buscando maior precisão e confiabilidade nas previsões. “Essa não é uma ciência exata, nunca será 100% precisa”, destacou Diefenbach. Ainda assim ele defende que as informações transmitidas devem ser mais seguras e assertivas.

A comunicação integrada entre as autoridades também é uma área que requer melhorias. Muitas vezes o estado emite alertas e os municípios não, ou vice-versa, gerando confusão e falta de preparo. Além disso, há carência de tecnologia, equipamentos e pessoal qualificado para lidar com a prevenção de desastres ambientais.

A meta final é garantir que as famílias tenham conhecimento antecipado sobre como agir diante de uma enchente, incluindo informações sobre cotas de inundação, abrigos disponíveis e planos de evacuação. Diefenbach ressaltou a importância do cadastramento prévio e treinamento adequado para voluntários, enfatizando que não é viável recrutá-los no momento do desastre.

Em meio a esses desafios, há perspectivas de construção de 1.500 novas casas no Vale do Taquari, o que implica na remoção de todas essas famílias afetadas pela enchente. Um processo complexo que requer planejamento e atenção às necessidades dessas pessoas, considerando saúde, educação e assistência social.

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