Rede de apoio é essencial para tratar traumas gerados pela enchente, segundo psiquiatra

Rafael Moreno afirma que uma das técnicas mais eficazes para lidar com essas questões é o reprocessamento de memórias traumáticas


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Rafael Moreno (Foto: Gilson Lussani)

Algumas pesquisas mostram que traumas podem afetar crianças até mesmo durante a gestação. Na região do Vale do Taquari e em todo o estado, a tendência é de que nos próximos anos os transtornos mentais se tornem ainda mais presentes em todas as faixas etárias.

O apontamento foi feito pelo psiquiatra Rafael Moreno, durante entrevista à Rádio Independente nesta terça-feira (7). De acordo com ele, a rede de apoio psicossocial é indispensável para aliviar os efeitos do estresse pós traumático causado por episódios como a enchente. Nessas situações, sintomas dissociativos podem provocar um afastamento da realidade e um risco maior de sensações como ansiedade, insônia e depressão.

“O problema não é lembrar que você ficou tempo pra ser resgatado, viu gente morrer. O problema é que quando vem na mente você sente a mesma coisa que sentiu na hora, tristeza, medo, raiva, desamparo”, explica.

Uma das técnicas mais eficazes para lidar com essas questões é o reprocessamento de memórias traumáticas, trabalhada por profissionais da área e capaz de melhorar a saúde psicológica dos pacientes em poucas sessões.

Além disso, para quem ainda não consegue participar de consultas presenciais ou virtuais, o aplicativo Cingulo auxilia no alívio de sensações como taquicardia e dor de cabeça. Outra dica é trabalhar a respiração diafragmática, com foco na movimentação do abdômen.

Moreno completa afirmando que é essencial assumir procurar suporte e assumir a vulnerabilidade, ainda mais diante de fenômenos naturais. “Tem que procurar ajuda nessas situações, não tem que ter vergonha se você é homem, independente de religião, de gênero, tem que procurar. “

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