Em 2024, todo o Brasil celebra o Bicentenário da Colonização Alemã. No Vale do Taquari não é diferente. Em Estrela, as comemorações envolvem dois pilares: o relato da vinda, as dificuldades e o inicio da vida aqui; e os resultados, as construções e tudo aquilo que deixaram para as gerações seguintes.
A programação iniciou em 23 de fevereiro e se estende até dezembro com diversas atividades, como festas, palestras, oficinas e eventos de divulgação das culturas alemãs.
Em entrevista ao Acorda Rio Grande deste sábado (13), o coordenador da programação de Estrela, Andreas Hamester, destacou que o Rio Grande do Sul (RS) é o estado que tem o mapa mais diversificado etnicamente de todo o Brasil. Além de alemães e italianos, houve também colonizadores poloneses, espanhóis e portugueses.
Hamester relembrou que, em 1824, chegaram a São Leopoldo no RS os primeiros colonizadores alemães e a partir de 1856 os imigrantes passam a ocupar também a região que hoje é o Vale do Taquari.
Aqueles que vieram para o Vale do Caí receberam lotes do Império, mais conhecidos como picadas. Mas, os que vieram para a nossa região já precisaram comprar lotes, o que dificultou ainda mais o processo.
Os colonizadores imigraram por conta da falta de oportunidades e precariedade de vida nos países de origem. Além disso, do Império Português, que governava o Brasil, não queria perder terras no RS e para isso precisavam da colonização.
Era uma viagem longa, na qual muitos morreram. Ao chegar aqui não receberam tudo que foi prometido, mas mesmo assim não desistiram e conseguiram construir comunidades propulsoras e importantes para o desenvolvimento do estado. “Foram muito corajosos, sofreram muito, mas se desenvolveram bastante”, ressalta Hamester.
Hamester percebe também que a colonização em Santa Catarina é completamente diferente, o que mostra as diferenças culturais dos próprios imigrantes que vieram para o Brasil.
Texto: Fernanda Kochhann
[email protected]