Sem receber nada do Estado, hospital de Cruzeiro do Sul luta por recursos para absorver a demanda

Com mais de 80 anos, o Hospital São Gabriel Arcanjo (HSGA) é classificado no rol dos hospitais filantrópicos


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Foto: Luís Fernando Wagner

A direção do Hospital São Gabriel Arcanjo (HSGA), de Cruzeiro do Sul prevê o aumento dos atendimentos no pós-enchente. De acordo com o diretor da casa de saúde, Ramon Zuchetti, a preocupação do hospital é conseguir absorver a demanda de pacientes. “Cruzeiro foi devastada pela enchente. Levantamento fala em 1,3 mil residências destruídas. Estas pessoas saíram de casa e foram para os abrigos. Nós temos esta baixa da temperatura e, nessas circunstâncias, já começamos a sentir um aumento relacionado a isso. Já tivemos duas internações de pessoas que estão respirando com auxílio de equipamentos que fornecem oxigênio. Nós precisamos repor estes tubos de oxigênio”, comenta.

Ramon Zuchetti projeta um incremento no volume de atendimentos no Hospital São Gabriel Arcanjo nos próximos dias, especialmente na área da saúde mental.“Nós recebemos muitos médicos voluntários do Rio Grande do Sul e até de outros estados neste período. Eles visitaram os abrigos, o hospital, para ver como estávamos. Todos foram unânimes: nossa maior dificuldade vai ser no pós- enchente. E quando a ficha dessas pessoas começar a cair, e eles notarem que não têm mais uma residência para voltar? Então, estamos nos organizando para dar esse amparo. Só que tudo demanda custos. Gostaríamos de aumentar nossa equipe, com mais psicólogos e psiquiatras, até mais profissionais da área da enfermagem, porém, isso demanda custos”, explica o diretor, que mantém a casa de saúde com recursos oriundos dos governo federal e do município.

Ramon Zuchetti (Foto: Luís Fernando Wagner)

Ele afirma que até o momento, não recebeu verbas do Estado, nem mesmo durante a enchente de setembro do ano passado. “No dia 10 de maio o Estado do RS publicou uma normativa que destina recursos aos hospitais de municípios que foram afetados pela enchente. Nesta primeira relação, são contemplados hospitais com 29 até 49, e acima de 50 leitos. Em função das obras que estamos fazendo, ficamos de fora. Saiu uma nova portara do Estado, beneficiando hospitais de 18 a 29 leitos. Nas outras enchentes não falamos nada, pois entendíamos que tinham hospitais mais necessitados, mas nesta enchente o município foi devastado e não recebemos nada. Sei que existe critérios, mas tem exceções. Nós estamos com oito leitos hoje porque estamos em obras. Mas nós necessitamos deste recurso porque Cruzeiro do Sul, desta vez, foi afetado seriamente, talvez foi o município mais prejudicado”, desabafa Zuchetti.

Por outro lado, o diretor do HSGA garante a manutenção dos atendimentos, mesmo que o hospital não receba suporte financeiro do Governo do RS. “Nós estamos brigando para este recurso vim. Mas mesmo se não vier, vamos continuar a correr atrás. Vamos buscar recursos, vamos visitar empresas e vamos tentar conseguir recursos do Imposto de Renda para que a população de Cruzeiro do Sul seja bem atendida. Não vai faltar nada para a nossa população”, pondera.

Com mais de 80 anos, o Hospital São Gabriel Arcanjo (HSGA) é classificado no rol dos hospitais filantrópicos. Atualmente, a casa de saúde cruzeirense possui oito leitos, mas após a conclusão das obras de ampliação, que está sendo realizada com recursos próprios, passará a contar com 23 leitos. O corpo clínico do HSGA conta com cerca de 15 médicos.

Texto: Luís Fernando Wagner
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