Temporal e árvores caídas

As árvores no pátio ou calçadas precisam ser cuidadas como se fosse um “pet”, desde pequeno


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Árvores caídas no Bairro Conventos em Lajeado (Foto: Nícolas Horn)

Na década de 70 considerávamos ventos de 85 a 90 km/h como base de cálculos de telhado em construção rurais. Nos dias de hoje, seguidamente há registro de ventos que passam de 100 km/h, chegando até 126 km/h (Teutônia). Os ventos estão cada vez mais fortes e frequentes. E não é por falta de aviso. Quem acompanha os problemas ambientais sabe que nós somos os culpados das principais causas do aquecimento global.

Lajeado pode ser considerado um município com razoável cobertura vegetal e na área urbana regiões com boa quantidade de árvores. A Secretaria do Meio Ambiente e da Agricultura (dentro de outra secretaria) tem suas equipes de planejamento, implantação e manutenção preparadas. Mas, quando se olha o todo e principalmente em caso de eventos climáticos, não tem número suficiente de pessoas para atender a demanda.

Queremos uma cidade arborizada e só será melhorada com a participação da comunidade. Pelo que sei são 104 praças e áreas verdes. Além dos prédios públicos e escolas que precisam de manutenção de seus jardins e “árvores”. Tem colaboradores que adotaram praças, outros que cuidam de suas calçadas. Tem o Jardim Botânico que fornece mudas e as secretarias estão à disposição para dar orientações. Há inclusive normas de plantio e espécies recomendadas. As condições estão disponíveis, falta se engajar no trabalho. Tem também aqueles que reclamam, protestam, “berram” a favor do verde e nunca plantaram e não cuidam de nenhuma árvore, como dizem alguns “ecolocos”.

As árvores no pátio ou calçadas precisam ser cuidadas como se fosse um “pet”, desde pequeno. Na planta começa na abertura da cova, adubação, muda, escora, amarração, podas de condução, manutenção da planta com irrigação e limpeza e podas de manutenção. Isto leva tempo e a cada ano tem uma atividade a ser feita.

Se olharmos as árvores caídas neste último temporal, notamos que muitas delas já estavam em apodrecimento. Outras enfraquecidas por parasitas principalmente fungos e erva de passarinho. Algumas sofreram estrangulamento junto a calçada ou concreto enfraquecendo e quebrando. Há ainda aquelas com raízes superficiais que não conseguiram se aprofundar pela impermeabilização das calçadas e asfalto não permitindo a entrada de água. Podas malfeitas e outros tantos maus tratos a plantas.

As árvores se auto protegem (a união faz a força) e quando isoladas sofrem mais com a intensidade dos ventos. Outras em praças vão quebrar galhos ainda mais se tiver peso nas extremidades plantas desbalanceadas principalmente perto de rede elétrica. Uma espécie de poda natural.

Algumas sugestões polêmicas que precisam ser pensadas:

Ruas com árvores antigas e desgastadas: começar a alternar plantios de novas escolhendo retirar as piores e apostar no lado oposto ao da rede. Novas ruas e loteamentos: incluir nos projetos o que deve ser plantado no lado da rede de energia e no outro livre. E mesmo em condomínios fechados, optar por enterrar os fios.

Isso  poderia acontecer em determinadas ruas arborizadas também. Tem seu custo sim, más, quanto foi gasto para a reparação? Quantos jardineiros profissionais tem Lajeado? Treinar para fazerem podas adequadas e permitir a participação na manutenção das árvores de calçadas. De certa forma alguns já fazem.

Poderia ter uma lista de quem está preparado e quando possível ter até o responsável técnico. Acessibilidade e raízes das árvores nas calçadas precisa ser revisto. Continuo chamando atenção da manutenção e adensamento da mata ciliar dos nossos rios e arroios em todo o vale.

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