Terça-feira é marcada pelo Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

Data foi criada para divulgar informações sobre o transtorno e reduzir o preconceito com as pessoas diagnosticadas


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Nael Mahmud e Fernanda Gabriel Santos da Silva (Foto: Gilson Lussani)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma a cada 100 crianças são afetadas pelo autismo no mundo. Em 2007, o dia 2 de abril foi instituído como o Dia Mundial de Conscientização sobre o transtorno. Entre os objetivos estão difundir informações e reduzir o preconceito com as pessoas afetadas. Os membros do Centro Regional de Autismo da Região 30, sediado em Bom Retiro do Sul, o médico psiquiatra, Nael Mahmud, e a médica neuropediatra, Fernanda Gabriel Santos da Silva, concederam entrevista ao programa Panorama desta terça-feira (2) e informaram como o diagnóstico precoce é fundamental para melhorar a qualidade de vida da criança.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi descrito pela primeira vez em 1943 e com o passar dos anos passou a ser melhor entendido. Tanto que foi implantado um manual de diagnósticos, que vai sendo revisado de forma permanente. O guia traz critérios mais amplos, que facilita a identificação do TEA por parte dos profissionais e dos familiares. O diagnóstico precoce é fundamental, principalmente quando ocorre nos primeiros anos de vida da criança.

Nael Mahmud (Foto: Gilson Lussani)

“Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais cedo se consegue fazer as intervenções e melhorar a qualidade de vida da criança”, considerou Nael Mahmud. Já Fernanda Gabriel Santos da Silva explicou que nos primeiros dois anos de vida, há maior capacidade de modelação dos neurônios para assumir outras funções e desenvolver habilidades de forma mais rápida e eficiente. E essa percepção ocorre principalmente por parte da família e até mesmo no ambiente escolar.

Fernanda Gabriel Santos da Silva (Foto: Gilson Lussani)

Os profissionais citaram que, a partir do primeiro ano de vida, é necessário observar a interação das crianças, o olhar e a fala. No autismo, se percebe um atraso nesse desenvolvimento. Movimentos repetitivos também podem ser um indicativo do TEA. Um dos exemplos é o gesticular com as mãos, que é feito por quem possui autismo para se acalmar. Os médicos explicaram que o som, o toque, a dor e até mesmo roupas com texturas diferentes podem causar desconforto ao autista. Na escola, pode haver relatos de resistência a determinadas brincadeiras ou o isolamento de outras crianças.

Outra preocupação é quanto à relutância que há com quem possui o transtorno. “Pra qualquer patologia assim, que seja diferenciada, se tem um preconceito, inclusive quando a gente fala de conscientização do autismo eu acho que a gente tem que pensar na inserção deste autista também”, relatou Nael Mahmud. Ele complementou indicando que o preconceito é difícil de lidar e só é percebido quando se tem dentro de casa.

O TEA ainda não tem cura e o entendimento é que possa ter origem por diversos fatores. Entre eles genético, ambiental ou até mesmo quanto ao estilo de vida.

Texto: Gilson Lussani
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