Vice-governador deve ter falado em mais 6 metros após rompimento de barragem como forma de precaução, diz hidrológo do SGB


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Gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – Serviço Geológico do Brasil, Franco Turco Buffon (Foto: Caroline Silva / Arquivo)

Na tarde desta quinta-feira (2), o gerente de Hidrologia do Serviço Geológico do Brasil, Franco Buffon, participou da programação da Rádio Independente. Ele frisou que a informação dada pelo vice-governador do Estado, Gabriel Souza, de que haveria uma elevação de seis metros após o rompimento da barragem de 14 de Julho, seria mais uma precaução.

“Ele deve ter citado o valor de seis metros como forma de precaução, com a intenção de que a população se resguarde e se proteja. Nas proximidades do barramento, quando ele romper, a onda vem com uma intensidade maior, mas na medida que ela vai se propagando, vai atingindo as áreas de planícies inundáveis e vai dissipando a sua energia, por consequência disso, reduz os níveis”, declara. “Eu não tenho condições de falar se esses seis metros foi um dado que estava no estudo do rompimento de barragem ou se foi algum assessor do vice-governador que fez um estudo rapidamente, mas é bom ver com cautela. Pode ser que esteja se referindo a essa região mais próxima ao barramento, que seria Santa Tereza e Muçum e na medida que ela fosse se dissipando, dificilmente manteria a mesma elevação em todos os trechos do rio”, observa.

O hidrólogo acredita que os seis metros deveriam ser para os municípios mais próximos da barragem. “Esses seis metros até chegar em Lajeado e Estrela já estaria dissipado em alguma parte, ele não seria constante ao longo de toda a calha do rio Taquari, naturalmente ocorreria uma redução”, frisou.

O hidrólogo ainda complementou que para as usinas obterem licença de operação é necessário ter estudos referentes ao impacto do rompimento de barragem e um mapeamento completo dos locais atingidos.

Texto: Elisangela Favaretto
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