Você conhece a Síndrome do Impostor e a Síndrome da Perseguição?

Elas podem estar mais perto de você do que você acredita


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Gustavo Bozetti (Foto: Fernanda Kochhann)

No mundo corporativo, a mente humana desempenha um papel crucial na maneira como os indivíduos percebem a si mesmos e aos outros. Ontem mesmo falávamos sobre duas condições psicológicas frequentemente discutidas nesse contexto, que são a Síndrome do Impostor e a Síndrome da Perseguição. Ambas podem ter impactos significativos na saúde mental e na ecossistema organizacional das empresas, sejam elas familiares ou não.

A Síndrome do Impostor é caracterizada por uma sensação persistente de não merecimento e dúvida sobre as próprias conquistas e habilidades, apesar de evidências sólidas indicando o contrário. Os indivíduos que sofrem dessa síndrome, frequentemente temem ser expostos aos outros como fraudes ou como incompetentes, mesmo quando alcançam sucesso profissional. Dentro das empresas, a Síndrome do Impostor pode levar a uma série de problemas, incluindo falta de confiança, medo de assumir novos desafios e dificuldade em reconhecer e celebrar conquistas pessoais e coletivas. Isso pode resultar em estagnação profissional, falta de inovação e um ambiente de trabalho tóxico, onde os funcionários se sentem constantemente sob pressão para provar seu valor.

Por outro lado, a Síndrome da Perseguição envolve uma crença irracional e contínua de que se está sendo alvo de conspirações, vigilância ou ameaças, mesmo na ausência de evidências concretas. Indivíduos que sofrem dessa síndrome, muitas vezes se sentem constantemente em alerta máximo, desconfiados e, consequentemente, isolados.
Nas empresas, a Síndrome da Perseguição pode criar um ambiente de desconfiança e de certa paranoia. Os funcionários podem se sentir desconfortáveis em compartilhar informações ou colaborar com colegas, temendo que suas ideias sejam roubadas ou que sejam alvo de represálias. Isso pode prejudicar seriamente a comunicação e a colaboração dentro da organização, contaminando a produtividade e o engajamento da equipe.

Quando se trata de empresas com sociedade, sejam elas familiares ou não, essas síndromes podem se manifestar de maneiras ainda mais complexas. Nas empresas familiares, por exemplo, os membros da família que trabalham na empresa podem se sentir pressionados a provar seu valor e a competir com colegas não familiares, alimentando sentimentos de inadequação e de certa imposição. Além disso, disputas por poder e rivalidades pessoais podem transbordar sentimentos de desconfiança, alimentando a Síndrome.
Em empresas não familiares, a competição acirrada pelo sucesso e pelo reconhecimento pode levar os funcionários a se sentirem constantemente vigiados e ameaçados, alimentando tanto a Síndrome do Impostor quanto a Síndrome da Perseguição. A pressão para atingir metas ambiciosas pode intensificar esses sentimentos, criando um ciclo vicioso de ansiedade e estresse.

Durante os últimos anos de profissão, percebo estas duas Síndromes em diversas realidades. Empresas que passam por sucessão familiar costumam enfrentar estas situações. Empresas que enfrentam crises e/ou escassez de recursos podem desencadear grandes conflitos que são originados nestas Síndromes. O ponto em comum é que ambas costumam distorcer ou menosprezar a realidade dos fatos, contaminando a tomada de decisão e as ações que possam se suceder. É neste momento que se faz necessária a orientação de um mediador, de um conselheiro ou de um mentor com experiência e condições de avaliar os fatos e o contexto.

Por fim, a Síndrome do Impostor e a Síndrome da Perseguição são duas condições psicológicas que podem ter um impacto significativo nas empresas, independentemente de sua estrutura organizacional e de seu tamanho. Reconhecer e abordar essas questões de forma antecipada e proativa é essencial para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo, onde os envolvidos se sintam valorizados, apoiados e capazes de alcançar seu máximo potencial. Isso requer um compromisso com as melhores práticas de gestão, com a construção de uma cultura de confiança e transparência, e com o fornecimento de recursos e apoio adequados para aqueles que estão lutando contra as más interferências dessas síndromes. E você? Já foi impactado por cenários onde uma destas Síndromes apareceu? Como lidou com a situação? Você está preparado para compreender e agir da melhor maneira quando algo semelhante acontecer? Pense nisso. Forte abraço e até a vitória, sempre.

Texto por Gustavo Bozetti (@gustavobozetti), diretor da Fundação Napoleon Hill e MasterMind RS

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