Voluntários que salvaram cerca de 65 pessoas na enchente em Arroio do Meio planejam fornecer treinamentos de resgate

O grupo contou com aproximadamente 6 pessoas e também foi responsável pela travessia de barcos entre o município e Lajeado


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Fabrício Leal, Clério Varella e Diego Cunha (Foto: Divulgação)

Cerca de seis voluntários salvaram em torno de 65 pessoas e 70 cachorros em Arroio do Meio durante a enchente de maio. Além dos resgates, o grupo liderado por Clério Varella, Diego Cunha e Fabrício Leal foi responsável por realizar a travessia de barcos entre o município e Lajeado, sobre o Rio Forqueta, durante 29 dias.

Depois de recuperar o município arroio-meense, eles pretendem fornecer treinamentos de resgate para outras pessoas. “Vamos nos aperfeiçoar e selecionar pessoas que têm coragem e disponibilidade para fazer treinamentos no rio de resgate”, citou Leal, em entrevista ao Troca de Ideias nesta terça-feira (11).

Os três homens se conheceram na enchente de 2020, justamente realizando o trabalho voluntário, e nos desastres seguintes continuaram ajudando a população. Em 2023 eles chegaram a salvar 500 moradores, o que fez com que percebessem que neste ano boa parte das pessoas se preocuparam em sair antes de casa.

“A gente não pode ter medo, porque além das nossas vidas têm a vida do próximo”, diz Varella. Ele e Cunha foram os responsáveis também por restabelecer a comunicação entre Lajeado e Arroio do Meio, por meio da passagem de fios e fibra óptica ainda quando o rio estava acima do nível normal.

Três médicos foram os primeiros a realizar a travessia entre as cidades, já na sexta-feira (3), apenas dois dias depois do início da cheia. “Começou a travessia de profissionais da saúde, mantimentos, donativos e marmitas”, relata Leal. De acordo com ele, até 1.500 marmitas foram transportadas por dia e destinadas às famílias nos abrigos.

Foto: Ricardo Sander

Nos traslados sobre o Rio Forqueta, as histórias vividas foram inúmeras. Entre as que ficaram marcadas para Varella está o transporte de uma mãe e um bebê de apenas 30 dias. “A gente veio ao mundo pra essas e outras coisas, em ajudar e fazer isso”, considera ele.

Segundo Leal, os botes utilizados por bombeiros e pela equipe do exército não são os mais adequados, por isso a equipe de voluntários foi essencial, com barcos de alumínio e habilitação para dirigi-los. “A gente tinha conhecimento do que estava fazendo e eles não tinham naquele momento alguém que pudesse conduzir um barco”, explica.

Para os próximos meses, a expectativa é de que o grupo possa organizar o treinamento e preparar outras pessoas para o resgate, em caso de novas cheias. “A gente não vai parar, a gente vai dar sequência sim. Nós três vamos encabeçar algo bem legal e ter mais alguns voluntários”, garante Varella.

Texto: Eduarda Lima
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