Ações realizadas durante a enchente e medidas para a retomada da região pautaram o evento “Vale+Forte”

Cerca de 400 pessoas participaram do evento que ocorreu na Univates


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Cerca de 400 pessoas participaram do evento “Vale+Forte” que ocorreu na tarde e noite desta quinta-feira (27) no Teatro da Univates, em Lajeado. A atividade teve o intuito de inspirar os empresários a fortalecerem o Vale do Taquari após as enchentes que ocorreram no mês de maio deste ano e no segundo semestre do ano passado.

(Foto: Elisangela Favaretto)

No primeiro painel da tarde, a empresária, Giselda Hahn, da Cometa Livraria e Papelaria, e que também é presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), relatou que na enchente de setembro a água entrou cerca de 20 centímetros na loja que estava localizada nas proximidades da Praça da Matriz. Em maio, a enchente alcançou quatro metros de altura. Tudo isso, segundo Giselda, causou susto e preocupação. Além de perdas econômicas, houve um impacto emocional muito grande, o que influenciou na decisão de não reabrirem a loja naquele local. “Lá era uma cena de guerra, por isso distribuímos a área de recursos humanos, financeiro e estoque para outras lojas”, destaca. Giselda também citou as ações realizadas pela CDL, principalmente a campanha Compre Local.

A diretora-presidente da Fruki Bebidas, Aline Eggers Bagatini, lembrou que a empresa completou 100 anos no dia 29 de abril e havia a expectativa de um ano de festa, mas no dia 30 veio a enchente. “Trabalhamos sábados e domingos tentando auxiliar de várias formas. As fábricas de Lajeado e Paverama trabalharam ao máximo no engarrafamento de água para atender as necessidades dos municípios e estado”, relata. Conforme a empresária, 64 funcionários foram atingidos diretamente.

Para ajudar a fortalecer outras empresas, entre as ações de marketing, no Dia dos Namorados, a Fruki Guaraná pediu a Pastelina em namoro. A empresa de Porto Alegre ficou mais de um mês embaixo da água e precisava de ajuda para se reerguer. A partir deste “namoro”, a Pastelina e seus diretores já foram levados para feiras que contam com a participação da Fruki.

(Foto: Elisangela Favaretto)

O sócio-diretor da Docile, Fernando Heineck, relatou que 180 pessoas foram atingidas diretamente e 30 destas, perderam tudo. Entre as ações realizadas pela empresa, esteve a abertura das portas da Docile para que as famílias pudessem tomar banho. “Às vezes não precisa de um grande movimento, mas uma ação muito simples pode ser reconhecida”, declara. Também houve a entrega de kits de higiene, cestas básicas e marmitas para quem necessitava. Além disso, levaram doces para crianças de 14 cidades que estavam em abrigos. Pelas questões de logística, a fábrica da Docile, em Lajeado, foi paralisada no dia 02 de maio e retornou para as atividades somente no dia 06.

Alexandre Dullius, da Run More, relatou que entrou um metro de água no outlet da empresa localizada em Estrela, mas mesmo assim sente que o grande prejuízo foi o psicológico. A empresa teve as atividades retomadas somente na segunda-feira, 06 de maio, com 70% dos funcionários. “Fizemos colchas com tecidos pesados e entregamos em abrigos. A enchente foi pior que a pandemia, porque o concorrente não foi atingido”, destaca.

(Foto: Elisangela Favaretto)

O diretor da Lyall Incorporadora, Roberto Lucchese, explicou que existe uma diferença entre querer fazer uma ponte e fazer uma ponte. Ele relatou que ao ler notícias de que as passadeiras tinham sido levadas pelas águas do Rio Forqueta, se questionou porque duas cidades tão grandes ainda estavam ligadas somente por uma passadeira. Outro fator decisivo foi quando uma gestora do Centro Regional de Oncologia (Cron) comentou que 300 pacientes estavam com dificuldade de manter o tratamento contra o câncer e 110 tinham parado. Estes dois acontecimentos foram decisivos para que reunisse a direção da Lyall, entendessem o problema e, com os parceiros, começassem a ponte. “Além de conectar duas cidades, a ponte é estímulo para as pessoas continuarem. Até ontem (26), 362 mil pessoas passaram pela ponte”, cita.

Ito Lanius representou as empresas Folhito, Altari e Sunday Village Care, que foram diretamente e indiretamente impactadas. Falou sobre a colheita do arroz que foi prejudicada e da empresa Altari que se envolveu na obra da Ponte de Ferro.

(Foto: Elisangela Favaretto)

Michele Gonçalves, das Tintas Nobre, comentou das dificuldades para chegar na empresa em Arroio do Meio. “Era sofrido cruzar o rio de passadeira ou de barco”, lembra. O estabelecimento não foi atingido diretamente, mas sofreu muito com a logística, pois
70% do faturamento está no Rio Grande do Sul. Além disso, Michele relatou que houve muito engajamento dos colaboradores para que a pintura da Ponte de Ferro ocorresse.

Camile Bertolini da Gota Limpa lembrou que ficaram ilhados e a demanda por produtos de higiene triplicou e até hoje não conseguiram atender a todos os pedidos. Ela também alertou para a situação das estradas. “É o momento de esquecer as rotas que tínhamos e pensar em conexões maiores. É uma oportunidade e obrigação, enquanto gaúchos, de termos melhores estradas”, declara.

(Foto: Elisangela Favaretto)

O empresário, Claudir Dullius, das Lojas Dullius, relatou que há mais de 40 anos está em Cruzeiro do Sul e foi atingido pelas enchentes do ano passado e deste ano. “O Centro de Distribuição foi quase aniquilado e este era o oxigênio das lojas”, lembrou. Dullius também destacou a importância da retomada das atividades. “É importante fortalecer o Vale, gerar empregos, pois isso dá dignidade ao ser humano, que tem que crescer e ter orgulho próprio. A gente foi vítima, mas não pode continuar se vitimando”, observa.

Eneo Karkuchinski, diretor-presidente do Grupo Imec, destacou que as lojas Desco de Encantado e Porto Alegre foram afetadas diretamente pela enchente. A loja de Esteio ficou parada porque a área inundou a área e, além disso, em Lajeado, no Bairro Montanha, em Rio Pardo e Montenegro, as lojas estiveram paradas pela falta de luz. 780 toneladas de estoque foram perdidas. Não houve falta de mercadorias, mas houve falta de variedades. Como medida para fortalecer a região, estão ampliando a venda de produtos do Rio Grande do Sul.  “Quando o empreendedor não desiste, dá oportunidades para outras pessoas se desenvolverem”, concluiu.

(Foto: Elisangela Favaretto)

A programação ainda contou com as palestras sobre o desempenho comercial e gestão, com os empresários Mário Robertho e Francis Kettner, da Lead08 Consultoria, e Gilson Nogueira, da Seven Group, que abordaram o tema “Voltando a Vender com Performance”. O diretor da Dale Carnegie Vale do Taquari, Gabriel Garcia, falou sobre “Mentalidade, Relacionamento e Gestão” e o diretor regional da Fundação Napoleon Hill e do Mastermind no Rio Grande do Sul, Gustavo Bozetti, abordou o tema “Prosperar”.

O evento foi realizado pela Seven Group em parceria com a Lead08 Consultoria. A programação contou com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT).

Texto: Elisangela Favaretto
[email protected]

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