Cada um faz os arranjos que pode diante da vida

É sempre mais fácil olhar de fora, afastado, e opinar na vida do outro


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Foto: Freepik

Experimente falar de um problema seu para várias pessoas diferentes. Cada uma fará o exercício de se imaginar no seu lugar e dará uma opinião, com base na sua própria história, logo, totalmente diversas umas das outras. No livro “Tudo é rio”, da escritora Carla Madeira, tem um trecho que diz: “Dalva poderia tantas coisas se pudesse. Mas só pôde o que fez. Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo”.

Costumamos olhar para o nosso passado e avaliar as decisões tomadas, muitas vezes, criticando os caminhos que escolhemos, que ficam parecendo tão diferentes dos que escolheríamos hoje. Só que nessas horas a gente esquece que naquele momento não tínhamos percorrido a estrada que temos agora, ou seja, precisamos experimentar determinadas situações para só depois chegar à alguma conclusão. O tempo, nesse sentido, tem seu valor, porque a conclusão só chega quando a coisa já está feita. Afastados do olho do furacão, conseguimos enxergar melhor.

Outro dia, numa conversa com amigos, cada um apontava algo diferente que havia faltado em sua vida: um ganhou menos atenção do pai, o outro sofreu com a falta de dinheiro, o outro viu a família ser desfeita. Cada um achava o seu problema o mais importante e o do outro menos, o que é natural. Aquele que não tinha boas condições financeiras, estava marcado por essa falta, e pensava o quanto sua vida seria diferente se o dinheiro tivesse aparecido.

É sempre mais fácil olhar de fora, afastado, e opinar na vida do outro. Só que cada um faz seus arranjos com as ferramentas que tem, que aprendeu a usar e que está disposto a experimentar. Agora, se você está se sentindo desprovido de material ou cansado de fazer sempre os mesmos arranjos com aquilo que tem, não espere a magia acontecer – até porque no mundo real ela não acontece; vá em busca de outras opções.

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