Comitiva regional conhece Abu Dhabi, cidade responsável por 95% do petróleo do país e de 75 mil milionários

Quarta maior mesquita do mundo, Museu de Louvre e GP de F1, fizeram parte do roteiro


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Grupo em frente ao palçio presidencial de Abu Dhabi (Foto: Divulgação)

A terça-feira (8) foi de viagem e de conhecimento da capital dos Emirados Árabes Unidos para a Missão Empresarial Acil 100 Anos. Distante 140 km de Dubai, nosso grupo embarcou pela manhã para Abu Dhabi, onde fez um city tour para conhecer a cidade mais rica entre os sete emirados. A viagem, que já levou de cinco a sete dias para ser feita de camelo décadas atrás, agora é feita em 1h30 de ônibus, hidroavião ou carro. Mas em breve, novas tecnologias não só darão novas opções como trarão muita rapidez.

Já para 2023 está prevista a inauguração de um trem que ligará as duas cidades responsáveis pela transformação dos sete emirados em um país, em 1971. A viagem terá duração de 45 minutos. Porém, um táxi voador que poderá chegar a 150 km/h também é previsto para o próximo ano e cápsulas que transportarão 24 pessoas a 1.100 km/h poderão fazer o trajeto em 10 minutos, a partir de 2030.

Abu Dhabi é a terra do presidente do Emirados Árabes, Khalifa bin Zayed al Nahyan. Das diferenças perceptíveis em comparação com a Dubai está o número bem menor de prédios gigantes, uma vez que a terra do Burj Khalifa tem mais de 400 arranha-céus. Outra diferença é que não se vê uma movimentação tão grande tanto de veículos como de pedestres.

Uma das razões é porque Abu Dhabi tem uma população aproximada de 1,5 milhão da habitantes, muito semelhante à Porto Alegre e, portanto, com 1 milhão a menos que Dubai. Outra é que sua área de 67.340km² é muito superior à de Dubai, e corresponde a 86,7% da área total do país, excluindo as ilhas.

Outra informação que chama a atenção é que Dubai tem 75 mil milionários, sendo que no último ano foram 5 mil novos milionários, enquanto que Dubai tem 52 mil. A cidade é sede, todos os anos, da Copa Mundial de Cavalos desde 1997 e na última edição o vencedor faturou US$ 10 milhões, com uma premiação total de U$$ 27 milhões.

Por falar em corrida, desde 2009 o Grande Premio de Abu Dhabi de Fórmula 1 é disputado no circuito de Yas Marina. O GP vem encerrando a maior parte das temporadas da competição esportiva e em 2021 sofreu algumas alterações no traçado, tornando-o mais rápido, com a implantação da curva 12 no circuito. E foi justamente nesse ponto que nosso grupo esteve na tarde desta terça-feira, no momento em que acontecia um treino de alguns pilotos.

Brasileiros ficam entusiasmados em conhecer a pista de Abu Dhabi (Foto: Ricardo Sander)

95% do petróleo do país

A riqueza de Abu Dhabi é proveniente, principalmente do petróleo. A emirado hoje é responsável pela produção de 95% do petróleo do país. Para a sua economia interna, o petróleo representa 80% e os outros 20% são distribuídos entre turismo, finanças e construção. Por falar em turismo, para entrarmos na cidade, tivemos que parar numa barreira, que todos devem respeitar, e dois oficiais entraram em nosso ônibus para ver nossos passaportes e testes de covid. Quando viram que alguém tirou foto da ação, reclamaram e pediram para apagar.

Hotel com o maior custo

O Hotel Emirates Palace demorou três anos pra ficar pronto, custou US$ 3 bilhões, o maior custo do mundo, tem partes com tetos revestidos em ouro e é conhecido por ter “o pacote de férias mais caro do mundo”, que pode custar US$ 1 milhão se o cliente pedir “experiências customizadas”. No local também está uma cafeteria que serve um cafezinho com ouro, que pode custar até US$ 100.

Além da pista da F1 nosso grupo foi a outros pontos importantes de Dubai para conferência do lado externo. Fomos até o Museu de Louvre, construído sobre o mar e inaugurado em 2017. São 4.680 peças expostas. Também paramos para tirar fotos às margens do Golfo Pérsico em frente ao Palácio Presidencial.

Museu do Louvre de Dubai (Foto: Ricardo sander)

Mesquita Sheikh Zayed

O principal ponto visitado foi a Mesquista Sheikh Zayed, que leva o nome do fundador e primeiro presidente dos Emirados Árabes, pai do atual presidente Khalifa. A quarta maior mesquita do mundo (só fica atrás para duas da Arábia Saudita e uma do Egito), tem 1.412 m² e, atualmente recebe cerca de 4 mil visitantes ao dia. Na ápoca do Ramadan, o nono mês do calendário islâmico chega a receber 55 mil pessoas em um dia. É a única das mais de 200 mesquitas de Abu Dhabi que recebe visitantes não muçulmanos.

Mesquita é uma das principais atrações da cidade (Foto: Ricardo Sander)

A mesquita foi construída com um custo de U$$ 700 milhões e concluída em 2007. Possui 82 cúpulas de tamanhos diferentes. A principal é também a maior cúpula do mundo, com 82 metros de altura e 32 de diâmetro. Não só nas mesquitas, como em qualquer lugar os muçulmanos têm o hábito de rezar cinco vezes ao dia de dois a cinco minutos, pelo menos.

O local, porém, tem regras bastante rígidas. Fotos só podem ser tiradas em lugares específicos. Enquanto eu gravava um vídeo passando informações do local com o meu celular com a utilização de um microfone de lapela, seguranças me interpelaram e pediram o que eu estava dizendo e me proibiriam de voltar a usar o microfone.

Homens devem ir de calça e mulheres devem vestir o traje típico feminino local (abaya), ou pelo menos colocar um lenço na cabeça e estar com peças de roupas compridas, pois nenhuma parte do seu corpo pode ficar à mostra. A consultora Angela Castro, de uma multinacional de São Paulo, acompanhou o grupo do Vale do Taquari durante a missão e teve sua abaya grampeada pelas mulheres que auxiliavam na segurança. “Eu fui surpreendida, por que duas mulheres que me levaram até um canto da mesquita e grampearam a minha saia, pois ela estava um pouquinho aberta. Era uma saia longa, ou seja, eu olhei todos os pré-requisitos para entrar, perna cumprida, nada transparente, e a saia tinha um pouco de abertura, mas era muito pouco, perto da canela”, relata. Mas ela diz não ter se importado e até ter achado interessante,  pois compreende a cultura deles.

Paulista aprova grupo do Vale do Taquari e Expo

Angela foi convidada pela consultora Ana Giovanoni, CEO da do Grupo Giovanoni, a participar do grupo e desde o início se sentiu muito bem. “Fui surpreendida por um grupo bastante diverso, bastantes segmentos e de uma realidade que é um pouco diferente da minha. Mas todo mundo extremamente culto, bastante interessado em buscar novas oportunidades de melhorias de desenvolvimento para a região do Vale do Taquari.

Consultora teve o vestido grampeado para não mostar seu corpo (Foto: Ricardo Sander)

Sobre a Expo Dubai ela disse que pensamos pensar em inovar. “É a minha primeira vez na Expo, mas eu vi uma necessidade muito grande da gente reconstruir e trazer inovações para o Brasil. Ou seja, de que forma a gente pode encontrar aqui conhecimento sobre problemas de sustentabilidade, oportunidade e mobilidade, que são problemas que a gente tem na estrutura do Brasil e podemos aprender e aplicar na nossa realidade”, diz.

O advogado Nelson Fensterseifer e sua esposa, Lorena, que é dentista, foram os últimos a entrar na comitiva do Vale do Taquari. Ele se diz muito satisfeito com a experiência. “A viagem está sendo sensacional. Eu estou tomando conhecimento e tendo contato com culturas diferentes dentro do conhecimento que a gente adquire na área jurídica. O aprendizado é muito grande, é um sistema de administração, relacionamento com as pessoas muito diferente. E a feira nos proporcionou também um contato com pelo menos 192 culturas diferentes.”

Advogado Nelson Fensterseifer (Foto: Ricardo Sander)

Fensterseifer destaca sua atuação na área empresarial. “Na verdade, até pode parecer um pouco estranho a participação de um advogado na missão empresarial, mas nosso escritório atua exclusivamente com o relacionamento e constituição de empresas, além, é lógico, de todos aqueles serviços que são prestados à empresas com relação a tributos na área trabalhista para esta área cível. Então o conhecimento que a gente pode adquirir tendo contato com uma cultura diferente, que foi proporcionado pela viagem. Por exemplo, os emirados foram constituídos a partir de princípios iguais aos que foram constituídos os Estados Unidos. Aqui são sete emirados que constituíram um estado maior e delegaram uma grande soberania”, reforça.

Ele também se mostrou impressionado com a capital árabe. Abu Dhabi “É impressionante. As obras que existem, a infraestrutura, a pista da Ferrari, a gente que está acostumado a ver as provas de fórmula 1 da Tv, ver ao vivo é sensacional. Tivemos a oportunidade de ver os testes que estavam sendo feitos com alguns pilotos”

De volta à Dubai, à noite a comitiva teve um jantar em um hotel com uma visão área da cidade num restaurante giratório. A experiência foi sensacional, como comenta o diretor comercial da Richter Gruppe, Günter Richter. “A gente está vivendo experiências incríveis. Com a vivência daqui estamos tendo mais aprendizados. Não só com a modernidade, mas também com a cultura deste país, desses Emirados. Então está sendo muito incrível”, destaca.

Günter Richter em jantar no restaurante giratório (Foto: Ricardo Sander)

Richter faz a ligação com o seu ramo de trabalho. “ A questão da mobilidade chama muito a atenção. Os projetos aqui são pensados a longo prazo. Daqui a 50 anos, 100 anos as calçadas largas, a mobilidade e um sistema de trem, que nós tivemos a oportunidade de utilizar ontem. Parecia que estávamos entrando em um aeroporto”. E conclui. “E outro ponto a destacar são os espaços públicos. Eles valorizam muito o verde, eles transformam os espaços públicos em verdadeiros jardins daqui, com muito cuidado, sempre todos muito limpos e a energia elétrica também, é toda subterrânea, o que deixa o ambiente mais limpo. Então eu acredito que vamos poder levar muita coisa, muitas ideias e aprendizado para compartilhar, e que possamos aplicar isso para fortalecer o nosso Vale do Taquari.

A quarta-feira será o último dia do grupo regional em solo árabe. Com o dia livre cada pessoa irá aproveitar da melhor maneira que achar, seja retornando para algum lugar já visitado ou fazendo algo novo.

A cobertura da Missão Empresarial para a Expo 2020 Dubai na Rádio Independente tem o apoio de: Sollar Sul Energia Solar, Brincasa, Languiru, Smart Tecnologia em Comunicação e Kaimon Concessionária Kia e Mitsubishi.

Texto: Ricardo Sander
[email protected]

1 comentário

  1. Observem que a empresa de petróleo de lá tbm é estatal. Portanto digam não à venda da Petrobras e digam não aos candidatos a presidente que queiram privatizar, inclusive o Bolsonaro

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