Em decorrência das enchentes do início de maio, a Prefeitura de Lajeado reabriu o Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac).
No espaço, localizado na Avenida Benjamin Constant, 420, Centro, na antiga sala do restaurante Caixeiral, em frente ao Colégio Madre Bárbara, são distribuídas 80 fichas por dia, de segunda a quinta-feira, e 50 fichas na sexta-feira para realizar o cadastro único e ter direito a benefícios. Além disso, no local são entregues alimentos e kits de higiene e limpeza.
No entanto, a demanda pelo serviço é alta e longas filas se formam durante a noite e madrugada em frente ao Ceapac. Esse serviço é ofertado para aqueles que estão abrigados em casas de familiares ou amigos.
À reportagem, Alexandre Pereira contou que já esteve sete vezes no local para tentar realizar o cadastro. Nesta terça-feira (21), chegou às 4h da madrugada, passou frio, mas espera ser atendido.
Antes das 19h da segunda-feira (20) já haviam pessoas na fila. Renato Borba (67) perdeu tudo e para tentar recomeçar precisa realizar o cadastro. “Isso aqui é uma humilhação o que estamos passando”, lamenta.
O que diz a Prefeitura
De acordo com informações repassadas pela administração de Lajeado, a limitação para este cadastro ocorre porque ele é feito por credenciadores cadastrados no sistema, ou seja, não é qualquer pessoa que pode fazer, o que gera lentidão no processo.
O atendimento do Ceapac é exclusivo para moradores de Lajeado atingidos pela enchente para fazerem cadastros e obterem informações de programas dos governos municipal, estadual e federal, entrega de kits aos desalojados e inscrição para recursos, habitação e reconstrução.
Promotoria busca solução
Após denúncia, a Promotoria de Lajeado entrou em contato com a Prefeitura para buscar uma solução. A partir desta terça-feira (21), as fichas deverão ser entregues com data e horário de atendimento para que as pessoas não precisem permanecer em filas durante a noite ou madrugada.
Abrigados em espaços públicos
Mais de 700 seguem em abrigos públicos de Lajeado. Essas pessoas realizam o cadastro no próprio local.
Texto: Fernanda Kochhann
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Porque só 80 por dia? Tanta gente se oferecendo para trabalhar e ajudar… Onde está a cruz vermelha o pessoal que trabalha no SUS?
Só 80 por dia e em um sistema de humilhação de “fichas” e “cadastros” demorados e burocráticos. Mais um exemplo de que a prefeitura não tem interesse em ajudar a população, apenas agir de forma performática em eventos pontuais.
Na enchente de setembro também foi assim horas em filas para fazer o mesmo cadastro pra nada pois a minha casa foi enchente em setembro e novembro e não ganhei nada e agora eu não tenho mais casa 😔
E terei que enfrentar essa humilhação de novo para tentar o aluguel social.