Dia nacional do combate à intolerância religiosa

21 de janeiro é uma data destinada à celebração e conscientização


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Foto: Alesp/Divulgação

A intolerância religiosa é um problema bastante grave no Brasil, porque apesar de ser extremamente plural, este país tem grande dificuldade de lidar com as pluralidades, e respeitar as diferenças. Muito disso vem do discurso de centenas de anos, de que somos todos iguais. E esse discurso, acabou fazendo com que o “ser igual” seja uma imposição, e não uma faculdade, obrigando as pessoas a se encaixarem em crenças que lhe permitam ter o convívio com sua família, porque se optarem por seguir e acreditar em algo diferente, são julgadas, e muitas vezes excluídas deste contexto, que para a nossa organização social, é extremamente importante. A data foi escolhida, porque no dia 21 de janeiro de 2000, o racismo religioso tirou a vida de Mãe Gilda. E a partir disso, se iniciaram novas lutas, pelo combate à intolerância religiosa.

É importante lembrar que a liberdade de crenças e culto, é um direito constitucional, por isso, cada indivíduo, deveria poder celebrar aquilo que acredita, sem correr riscos. Ainda, é de suma importância reforçar, que as religiões de matriz africana, que são tão condenadas no Brasil, foram demonizadas por outras igrejas que desejavam converter os negros escravizados, que para manter sua ligação com o continente, na diáspora, seguiam praticando seus atos religiosos.

Sabe-se que os orixás das religiões de matriz africana, são como os santos da religião católica. Diferente do que costuma-se acreditar, as religiões de matriz africana, não acreditam em diabo, ou demônio. O que acontece, é que as religiões eurocêntricas, sem saber como evitar que os negros escravizados praticassem suas crenças, passaram a demonizar estas entidades, fazendo com que o censo comum, acredite que os orixás, são a representação de demônios, o que não é verdade.

Por isso, devemos sempre respeitar a crença do outro, porque o outro acreditar em algo diferente, não faz dele, menos gente que eu! Como dito na publicação realizada pela Comissão de liberdade religiosa da Bahia: Axé para quem é de axé; Saravá para quem é de saravá; Amém para quem é de amém! Aleluia para quem é de aleluia; Assalamu alaikum para quem é de salam; Shalom para quem é de shalom e namastê para quem é de namastê!

Texto por Nadini da Silva, advogada e mestranda em Ambiente e Desenvolvimento

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