Empresários relatam como foi trabalho de reconstrução da Ponte de Ferro em 15 dias

Cerca de 70 pessoas estiveram diretamente envolvidas nas obras, entre funcionários e voluntários


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Fernando Lanius, Roberto Lucchese, Michele Gonçalves, Ari Pedro Ludvig e Maico Hauschild (Foto: Eduarda Lima)

A reconstrução da Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio em apenas 15 dias se tornou um feito histórico para o Vale do Taquari. O Troca de Ideias desta segunda-feira (10) ouviu o relato de empresários que participaram diretamente das obras.

Roberto Lucchese, diretor da Lyall, liderou o movimento que permitiu a reconexão entre as duas cidades. “O maior custo foi o risco que a gente assumiu, mas o motivo pelo qual a gente assumiu ele valia a pena, mesmo se tivesse dado errado”, afirma ele. Lucchese destaca que os empresários envolvidos não estavam dando importância ao dinheiro, mas sim em realmente realizar o que era necessário. A construtora teve cerca de 20 pessoas atuando em todo o processo.

Nos bastidores da reconstrução, os desafios enfrentados foram inúmeros. O transporte de materiais para a ponte, por exemplo, não poderia ser feito à noite e no final de semana, em virtude da regulação da Gerdau, empresa produtora de aço. A liberação ocorreu após os envolvidos evidenciarem que os materiais eram praticamente recursos humanitários. “Foi uma ponte de pessoas para pessoas”, ressalta Lucchese.

Em seu depoimento, Fernando Lanius, da Altari Carrocerias, afirma: “parece que tudo conspirou a favor”. Isso porque se o pavilhão da empresa fosse 2 metros mais estreito, a ponte não caberia e atrasaria a montagem em uma semana. Outra questão é que a ponte rolante da Altari tem capacidade para 5.000kg, e as peças para a estrutura de ferro tinham 4.600kg. Cerca de 23 funcionários do grupo estiveram envolvidos.

A organização das pessoas ocorreu conforme a necessidade em cada momento das obras, com turnos de até 17h de trabalho. “A gente sentiu que realmente conseguiu acolher essas pessoas, a Altari realmente conseguiu ser uma casa pra ponte”, diz Lanius.

A Esquadrias Universal participou de todas as etapas da reconstrução e contou com cerca de dez montadores. “Eu fiquei direto na fabricação, na montagem, porque era muito complexo, projeto em cima da hora”, relata o responsável técnico, Ari Pedro Ludvig. De acordo com ele, os clientes compreenderam a mudança de foco da empresa, já que a causa era maior.

Os Guinchos Sansão foram responsáveis pelo transporte dos ferros e outras etapas do processo. “Sem dúvidas foi a carga mais larga que a gente transportou até hoje”, cita o proprietário Maico Hauschild. O trabalho para cerca de 8 pessoas que participaram também foi intenso na pré-montagem e na elevação da estrutura. “Trabalho complexo dividir a carga entre três guindastes, saber a carga que cada um está pegando, manter para não dar sobrecarga, mas acredito que foi melhor que o esperado”, comenta o empresário.

A escolha da tinta que coloriu a nova Ponte de Ferro se deu de forma inusitada. “Nós estávamos morrendo de frio e queríamos comer pinhão”, revelou Lucchese. Para as próximas semanas, a expectativa de Michele Gonçalves, diretora da Tintas Nobre, é que a parte antiga da ponte também possa ser pintada. “Acho que Arroio do Meio merece uma pintura nova, eu particularmente faria a mesma cor porque é um símbolo de união”, considera. Cerca de 5 funcionários participaram do processo e o acompanhamento na limpeza e aplicação foi constante, já que as equipes precisavam ser treinadas.

Ao todo, foram cerca de 70 pessoas envolvidas nas obras, incluindo os funcionários das empresas e voluntários.

Texto: Eduarda Lima
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