Basta esquentar que elas aparecem para incomodar, principalmente na cozinha ou onde tem alimentos. Querem abrigo, alimentos e segurança.
O Brasil tem cerca de 1.500 espécies de formigas e apenas algumas causam problemas. As outras tem seu papel na cadeia alimentar e no ciclo natural da vida. As mais encontradas no ambiente doméstico são pequenas e com alguns nomes populares:
- Fantasma (Tapinoma spp): com 1,3 a 1,5 milímetros quase transparente e tórax (bunda) marrom, tem preferência por doces.
- Louca (Paratrechina spp): com 2,2 a 3 milímetros andam em semicírculos parecem tontas e se provocadas levantam a cabeça.
- Carpinteira (Componotus spp): 0,64 a 2,5 centímetros de cor amarelada, gostam de madeira, telhado, postes, mobília quase sempre em fase de apodrecimento. Tem o hábito de caminhar pela quina da parede.
- Faraó (Monomorium spp): conhecida também como doceira, tem cerca de 2 milímetros de cor amarela ou marrom claro quase transparente. Conhecida como formiga do açúcar e é o terror das cozinhas e também dos hospitais. Ela tem várias rainhas e chegam a ter cerca de 2.500 trabalhadoras. Quando combatidas se dividem em várias novas colônias. Todas estas pequenas formigas são diferentes das saúvas que tem só uma rainha, e isto dificulta o controle. Se uma morre tem outras para substituírem.
Elas costumam desaparecer por um tempo, mas voltam. O uso de venenos Spray mata por contato e não chega na colônia. Muitas vezes elas se dividem em mais “ninhos” e voltam com força.
Afinal o que fazer?
1- Nunca deixar comida exposta, potes abertos, migalhas, bolacha em sala e quartos. Se tiver animal, atenção com a ração.
2- Descobrir onde estão se escondendo. Podem ser provocadas deixando umas migalhas, mel, açúcar ou salame e seguir a noite para ver onde estão entrando.
3- Fechar as frestas, batente de portas e janelas ou os buracos nos azulejos, rodapé, usando gesso, cimento branco, espuma de vedação etc. Possivelmente sairão em outro local e o processo deve ser repetido. Em canos, onde passa fio (atenção com choque), pode ser usado um pouco de talco de bebê ou algodão com um pouquinho de cheiro para afugentar os insetos.
4- Na Internet há varias fórmulas com diversos produtos alternativos fáceis de encontrar: canela, cravo, álcool, detergente, óleo de eucalipto, pó de café e outros. O que funciona é o forte cheiro, pois elas não gostam. Mesmo assim, isso não chega na colônia. Ao passar o cheiro, elas voltam. Lembro que a formiga não tem nariz, ela sente o cheiro pelas antenas.
5- Tem gente usando o K-Othrine de uso veterinário para animais e no meio rural princípio ativo Deltrametrina (Piretróide). Isso não está homologado para uso doméstico e é tóxico. Existe outra fórmula de K-Othrine gel formigas para uso domissanitário (saneante de uso doméstico) disponível no mercado, com princípio ativo Imidacloprido é tóxico mais brando.
6- Outro produto encontrado no mercado é o Formitek, em gel, com princípio ativo Indoxacarb usado em indústrias e hospitais veneno de baixa toxidade. A Jimo tem o Anti Formiga (Hidrametinona), isca em pó protegida com embalagem plástica, onde elas vão buscar. Isso tem tido boa aceitação. Há outras marcas no mercado, mas não utilizei e fica difícil dar opinião.
7- O produto em gel deve ser aplicado ao lado de onde passam as formigas e protegido de animais domésticos e pessoas. É recomendado colocar em cima de uma fita crepe uma tirinha para que depois fique fácil de tirar, não restando resíduos. O produto pode ser colocado dentro de um pote plástico pequeno com furos, para as formigas carregarem. Esses produtos chegam no interior do ninho matando as rainhas.
Reforço que esses produtos são aprovados, mas precisa se ter cuidado. Mesmo o mais brando dos produtos, é um veneno, como todos os outros que estão no mercado. Importante consultar se estão registrados na ANVISA e no Ministério da Saúde.
Texto por Nilo Cortez, engenheiro agrônomo
