Máquinas x pessoas: os riscos, os receios e as vantagens da Inteligência Artificial

O futuro muda a cada escolha que fazemos hoje


0
Ivete Kist (Foto: Nícolas Horn)

Entre a segunda-feira, dia primeiro de maio, e a quinta-feira, dia 4, acontece no Rio de Janeiro o Web Summit Rio 2023. Anunciado como o maior evento de tecnologia e inovação do mundo, espera receber mais de 20 mil pessoas nesses 4 dias. A edição de estreia do Web Summit ocorreu na Irlanda em 2009 e esta é a primeira vez que o encontro se realiza fora da Europa. Curiosidade: a metade dos inscritos no WS Rio 23 são mulheres.

O interesse despertado pelo evento incentiva a colocar novamente em pauta os riscos, os receios e as vantagens que a Inteligência Artificial representa. A IA, como se sabe, tem papel fundamental no campo das novas tecnologias e da inovação que vem acontecendo no mundo.

Para os mais assustados, a existência de máquinas que ficam cada vez mais inteligentes traz o risco de elas se voltarem contra os seres humanos e acabar assumindo o comando. Não faltam exemplos disso em obras de ficção científica. O cinema já mostrou máquinas autoconscientes chegando ao ponto de destruir a humanidade ou de fazer os homens fugir para outro planeta.

Mas esse panorama escabroso não é apenas história para atrair plateias ao cinema. Muita gente séria está levantando a voz para indicar o perigo do desenvolvimento da inteligência artificial sem controle. Uma carta de notáveis, incluindo o bilionário Elon Musk, o antropólogo Yuval Harari e o pioneiro em IA Yoshua Bengio pediu uma pausa de seis meses no desenvolvimento de IA e mais de 24 mil assinaturas foram colhidas em adesão à proposta.

Há um receio bem justificado de que a corrida dos laboratórios dedicados ao tema leve à criação de máquinas com uma capacidade impossível de prever. É a chamada Caixa Preta da Inteligência Artificial. Sem que se saiba como, já há registros de máquinas que aprendem habilidades para as quais não foram treinadas e são capazes de surpreender até mesmo os seus criadores.

Da minha parte, acho muito difícil que se consiga deter o avanço dos estudos ou que se possa parar o trabalho em curso nos laboratórios de vanguarda. Mas parece importante começar a pensar em estabelecer regras. Ironia ou não, até mesmo as guerras devem obedecer a certos ditames de ética..

Talvez o principal perigo não seja o de um embate frontal entre máquinas e homens, mas outros, aparentemente, menores. É o caso da violação dos direitos autorais, pois os sites de busca invadem sem cerimônia as pesquisas alheias. Outro grande risco é a proliferação da desinformação, a disseminação das fake News. Também assusta pensar na perda de privacidade, nas fraudes e nos ciberataques que se tornam cada vez mais fáceis de realizar.

Outra coisa, o avanço da automação colocou em andamento um gigantesco processo de eliminação de postos de trabalho. O Fórum Econômico Mundial de 2020 previu a extinção de 85 milhões de empregos até o ano de 2025, sem que a criação de novas funções compense a perda.

Para os que preveem um futuro sombrio, cabe lembrar que o futuro não está escrito nas estrelas. O futuro muda a cada escolha que fazemos hoje.
Cabe direcionar o futuro.

Texto por Ivete Kist, professora e escritora

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui