Outubro Rosa e o abandono da mulher negra?

Uma luta que vai além do tratamento


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Foto: Divulgação

Outubro Rosa é um movimento para chamar a atenção para o diagnóstico
precoce do câncer de mama, e este movimento existe desde os anos 90. Considerando os casos da doenças, este tipo de tumor é o segundo mais incidente em mulheres e o de maior mortalidade para elas, de acordo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Se a pessoa for diagnosticada precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%, de acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). Por isso, esse movimento de conscientização é tão importante.

Contudo, eventualmente quando a mulher precisa enfrentar a doença e tratá-la, nos casos mais severos, é necessária a remoção da mama, para evitar o avanço da doença e, com isso, as mulheres têm que enfrentar mais um desafio, o abandono conjugal. E em se tratando de mulheres negras esse número é bastante alarmante. Segundo levantamento do IBGE de 2019, 70% do público que utilizava o serviço do SUS era composto por mulheres, sendo 60,9% delas pretas ou pardas.

Analisando estes dados, no ano de 2022 foram desenvolvidas algumas pesquisas, para a oitiva das mulheres que enfrentaram essa situação, e relataram que no momento em que mais precisavam, seus companheiros, de longa data, as abandonaram, deixando-as responsáveis pela criação dos filhos e com a obrigação de resistirem a luta contra a doença.

Outro caso que ganhou bastante visibilidade recentemente foi o caso da cantora Preta Gil, que após o diagnóstico de um câncer precisou lidar com uma separação conturbada e pelo fato de ser uma pessoa pública, com alto alcance, além de ter que aguentar as invasões médicas, precisou suportar uma enxurrada de julgamentos e exposição nas redes sociais.

Por isso, é tão importante para uma mulher, que escolha bem o seu parceiro, porque muitas sonham com o casamento, mas não estão preparadas para que a separação chegue junto com um diagnóstico tão avassalador.

Texto por Nadini da Silva, advogada e mestranda em Ambiente e Desenvolvimento

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