Para empresários, aterramento de galerias na BR-386 colaborou para inundações mais frequentes na ‘Rua do Valão’, em Lajeado

Stampinha e João Batista Damo defendem a retirada de um pontilhão para amenizar o problema na Avenida Décio Martins Costa


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Foto: Ricardo Sander / Arquivo / Rádio Independente

Para empresários com negócios na Avenida Décio Martins Costa e nos arredores da chamada “Rua do Valão”, no Centro de Lajeado, o aterramento de galerias nas margens da BR-386, que seguravam a água da chuva, fez com que as precipitações agora desçam com mais facilidade, causando inundações mais recorrentes no valão.

De acordo com eles, com a retirada das ‘bacias de contenção’, os transtornos são mais frequentes. Antes, precisava chover por mais tempo para alagar a Décio Martins Costa.

Para estes empresários, o fato seria o principal causador dos transtornos, e não o entupimento dos bueiros e demais tubulações após as enchentes de setembro e novembro de 2023.

A opinião é de Jairo Stampinha e João Batista Damo, proprietários de uma lavagem e de uma autoelétrica, respectivamente, ambos instalados próximo à Rua do Valão e impactados pelos alagamentos recentes. Para eles, o problema poderia ser amenizado com a retirada de um pontilhão que existe no valão, atrás do estacionamento do STR Supermercados.

Conforme Damo, o canal vem da Fruki Bebidas com 6 metros x 3 m, e quando chega nesse pontilhão, afunila para 3 m x 1,5 m, o que facilitaria os alagamentos.

Pontilhão que, segundo os empresários, deve ser retirado para amenizar os problemas na Rua do Valão, em Lajeado (Foto: Divulgação)

“Essas bacias de contenção foram sendo mortas, uma a uma, com construções e aterramentos. Enfim, foram sendo extintas todas elas”, lamenta Damo. Para ele, remover o pontilhão é um caso de necessidade pública e “não é uma obra faraônica”. A prefeitura já demandada para esta questão, e teria informado aos envolvidos que analisa o caso.

Na Sexta-feira Santa, a Rua do Valão sofreu com novo alagamento durante a tarde, o quinto transtorno desta natureza em seis meses. Choveu cerca de 25 mm em Lajeado, inundando uma área correspondente a quatro quadras. “Um problema antigo, mas que tem sido mais frequente”, confirma Stampinha. Uma chuvarada de 20 minutos já é suficiente para encher o valão, enquanto no passado era necessário uma hora de precipitação.

Stampinha e João Batista Damo pedem melhorias na Avenida Décio Martins Costa (Foto: Tiago Silva)

“Antes, tinha que chover três vezes mais para alcançar essa medida”, compara. “Quanto carro já se perdeu ali, e as pessoas que vêm de fora não têm conhecimento”, Stampinha percebe. “Eu não vejo como uma obra complexa. É um problema que atinge todo o Vale do Taquari. Quem entra e quem sai de Lajeado usa aquela via”, lembra.

Stampinha diz que a falta de bocas de lobo na Décio Martins Costa colabora para a formação de poças d’água. Para ele, o mais indicado seria adotar uma medida que facilite a limpeza por baixo do canal com máquinas específicas para este fim.

“Eu não acredito que tenha um ser humano capacitado que não enxerga que aquilo tem que ser mexido”, sustenta, sobre a necessidade de intervenção por parte da Prefeitura de Lajeado.

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Texto: Tiago Silva
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