Quatro projetos de lei estavam previstos para serem apreciados na sessão da Câmara de Vereadores de Lajeado desta terça-feira (5), sendo um aprovado e outros três adiados por conta de pedidos de vista, ou seja, solicitações para mais tempo de análise. O único projeto aprovado foi o que determina um subsídio da prefeitura no valor da passagem de ônibus do transporte público urbano.
Mesmo que aprovado por unanimidade de votos, o projeto teve críticas por parte de alguns vereadores, principalmente no que se refere ao valor da passagem cobrado na cidade, que passará a custar R$ 5,75 para o usuário, com um acréscimo de R$ 0,25 em relação ao preço atual. O subsídio da prefeitura será de R$ 1,10 por passagem, ficando limitado ao valor total de R$ 1,6 milhões. Caso não tivesse a contribuição do município, o usuário pagaria R$ 6,85.
O vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB) disse que outros municípios com a população parecida possuem valores menores. “Ijuí que tem 84 mil habitantes, é menor que nosso município, e lá a tarifa de ônibus é de R$ 5”. Também afirmou que a tarifa de ônibus de Lajeado é a mais alta do Estado.
“Nós somos referência para outros municípios, inclusive do mesmo porte, como, por exemplo, Ijuí, como sendo a passagem mais cara do Estado. Então seria muito interessante que a prefeitura tivesse uma análise, um estudo, uma contraposição. Uma análise do cenário regional, fora daqui inclusive, para verificar se esses são realmente os valores que nós deveríamos estar praticando”, destacou.
Wladir Blau também falou sobre o assunto, criticando os valores cobrados em relação ao serviço oferecido. “Todos nós ganhamos reclamações todas as semanas, então eu fico muito triste em ter que votar um aumento desses. A gente sabe que é o subsídio que a prefeitura está pagando, mas a empresa está ganhando um valor muito alto pelo serviço de má qualidade”.
Sérgio Kniphoff (PT) disse que uma “cidade inteligente” como se diz Lajeado, não pode ter esses valores e formato de trabalho. “Apesar da péssima qualidade que os usuários estão usufruindo para o transporte público coletivo, nós somos obrigados a votar a favor, porque isso vai ajudar a população, mas mesmo assim não dá para deixar de lado e não falar sobre o absurdo dessa tarifa. É preciso urgente que se tome uma medida para que isso seja mudado. A cidade que se diz inteligente precisa de um outro tipo de atendimento ao transporte público coletivo urbano da cidade”, ressaltou.
Jones Barbosa – Vavá (MDB) reforçou a fala sobre votar o subsídio para ajudar quem realmente precisa. “Votamos a favor porque vai ajudar realmente quem está trabalhando, quem necessita, quem usa o transporte público. Com a fala do colega, uma das maiores taxas de cobranças do Estado, é verdade. Mas está na hora de nós, e eu digo nós, o Legislativo, marcar uma reunião com o pessoal do transporte, mas cabe também o Executivo, antes de nós, fiscalizar e solicitar que o serviço seja melhor efetivado”.
Já o vereador Heitor Hoppe (PP) disse estar ciente de que o transporte coletivo precisa ter melhorias, mas também entende que o transporte público é um comércio e as empresas não podem trabalhar com prejuízos. “Hoje se é caro ou não, isso o poder fiscalizador, que é o executivo, tem que analisar as planilhas de custos, se está fora a planilha de custos tem que tomar providências”.
Três projetos com votações adiadas
Outros três projetos de lei que estavam na pauta tiveram suas votações adiadas por pedidos de vista dos vereadores, que solicitaram mais tempo para análise das propostas. O projeto de alargamento de algumas vias da cidade, que já esteve na pauta em outra oportunidade teve a solicitação feita pelo vereador Ranzi e voltará para a casa em duas semanas.
Já Waldir Blau (MDB) pediu mais tempo para analisar o projeto que trata sobre a criação do Parque Natural Municipal de Lajeado, em uma negociação com a CCR ViaSul. O outro projeto adiado foi o que dispõe sobre a Declaração de Utilidade Pública Municipal às entidades assistenciais do município de Lajeado, como pedido de vista do vereador Alex Schmitt (PP).
Não comparecimento da CCR Via Sul em reunião e obras na ERS-130
Dois assuntos envolvendo obras em rodovias que passam por Lajeado foram tratados entre os vereadores. Um deles é referente às obras de duplicação da BR-386, em que uma reunião foi realizada nesta terça-feira (5), mas sem a presença de representantes da CCR ViaSul, concessionária que administra a rodovia. “A ANTT não tem muito o que fazer, pois é mais uma fiscalizadora da obra”, disse que vereadora Paula Thomas (PSDB) ao lamentar a ausência da CCR.
Outros vereadores também falaram sobre o tema, como Heitor Hoppe (PP), que disse estar preocupado com a situação e a previsão de conclusão da obra. Já sobre a ERS-130, o vereador Márcio Dal Cin (PSDB) fez críticas ao prefeito, citando que em outras situações ele se manifesta, e no caso de aditivos para a obra na rodovia “ele se omite”.
Jones Barbosa – Vavá (MDB) também criticou o andamento das obras e os aditivos feitos, com remendos já realizados no asfalto novo. “Se tiver que abrir CPI dentro dessa casa a gente vai abrir”, destacou.
O também emedebista, Eder Spohr (MDB), disse que após a liberação do tráfego nas vias laterais, o trânsito melhorou, mas que ainda há um pouco de confusão até que as pessoas se acostumem com as novas regras do trajeto. “Mas fico triste pelo abandono das pessoas que moram nas proximidades e que tiveram os acessos das casas bloqueados”, ponderou.
Homenagem para Aapecan
Com a presença de representantes da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) no plenário, o vereador Deolí Gräff (PP), também com a manifestação de outros parlamentares, homenageou a entidade pelos 19 anos celebrados nesta terça-feira (5). Deolí mostrou um vídeo institucional dos serviços prestados no local, com sede em Lajeado e outras cidades do Estado.
Prefeitura tenta adquirir antigo prédio dos Correios
O vereador Isidoro Fornari Neto (PP) disse que a Prefeitura de Lajeado está em tratativas para adquirir o antigo prédio dos Correios, localizado na Rua Marechal Deodoro, próximo a Praça da Matriz, na área central da cidade.
O prédio está abandonado e a prefeitura realiza um estudo de avaliação do local. O vereador cogitou até a possibilidade de ser feita uma nova sede para Câmara de Vereadores naquele espaço. O processo está em tratativas e Fornari viajará para Brasília em breve, mas ainda sem data definida, para tratar sobre o tema.
Resolução de devolução de 1 milhão para prefeitura
Ainda foi aprovado um projeto de resolução que autoriza a Câmara de Vereadores de Lajeado a repassar R$ 1 milhão para que a Prefeitura de Lajeado utilize na área da saúde. Conforme o presidente da Câmara, Lorival Silveira, a indicação é de R$ 500 mil para dermatologia, R$ 400 mil para média complexidade e R$ 100 mil para ecocardiografia transtorácica.
Texto: Gabriela Hautrive
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Passagem cara. Péssimo serviço, falta horários e não adianta reclama. Prefeitura não faz nada.
Meu filho estuda pela manhã no bairro Olarias. Pega um ônibus para ir, mas para voltar precisa de dois para chegar ao bairro Moinhos D’água. Além da demora, está bem caro. E pra piorar não recebe passagem.