Acidentes e cabos de ferramentas


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Foto: Divulgação

O mês de abril foi chamado de “Abril verde” pelo SENGE –Sindicato dos Engenheiros do RS, além da Campanha de conscientização sobre acidente de trabalho é um chamado urgente para ambiente de trabalho mais seguro e saudável. O Brasil teve 612.900 acidentes de trabalho e 2.538 óbitos e o RS 50.491 acidentes e 284 óbitos.

A atividade rural se inclui aí, com muitos acidentes envolvendo máquinas e ferramentas. Uma atividade rotineira com ferramentas manuais pode deixar danos nas pessoas. Um simples cabo de ferramenta pode ser o responsável de acidente. Houve uma época que fazer cabo de ferramentas era um trabalho artesanal especializado. Não havia compra de cabos prontos de forma industrial. Cada família tinha um especialista e fazia diversos cabos como machado, pás, enxada, marreta etc.

Um dia de chuva servia muito bem para ir para o galpão, no cantinho das ferramentas, trabalhar a madeira escolhida para cada tipo de cabos.

O primeiro passo era escolher a madeira a ser trabalhada cortar, descascar e secar (15%) na sombra. Para isto algumas árvores tinham preferência entre as que me lembro: Angelim, Cerejeira, Guajuvira, Guatambu, Peroba (nós), Cabriúva, Sarandi-amarelo, canela de veado e ipê entre outras. A preferência é por madeiras mais densas, pesadas e compacta sempre aproveitando o cerne. São plantas que já tem dificuldades de ser encontradas e protegidas ambientalmente. As empresas que fazem cabos usam o Eucalipto que é mais fácil ser plantados. As preferências são pelos mais resistentes Eucaliptos tereticornis, Pilulais, grandis e citriodora.

A agricultura é uma das profissões que mais usa ferramentas manuais. A improvisação e má qualidade de cabos são responsáveis pelos acidentes de trabalho e de postura errada causando dores nas costas, quadril, joelhos, cotovelos e tantos outros problemas.
Estudos mostram que os cabos de madeira e envernizados feitos de forma correta são melhores que os cabos metálicos e plásticos.

Os engenheiros de trabalho e segurança tem uma disciplina chamada de “Ergonomia” que estuda e calcula a forma e o tamanhos de diversos cabos de ferramentas. Empresas não fazem cabos sob medida e sim baseado em médias dos usuários. O cabo depende do tamanho da pessoa, dos braços, mãos para que tenha melhor rendimento e postura de uso.

Claro atualmente não pode se comparar o trabalho com foice em relação a roçadeira, ou de um machado com a moto serra. Mas as ferramentas manuais continuam sendo usadas.
Cabos comerciais tem tamanhos médios: foice, machado e picareta 100 cm; pá de corte, enxadão e garfo 120 cm; cavadeira 140 cm e enxada de 150 a 170 cm. As medidas pode servir de orientação fazendo cabo maior e cortar no tamanho em que se sentir bem para trabalhar.

Texto por Nilo Cortez, engenheiro agrônomo

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