O mundo corporativo contemporâneo costuma valorizar a dedicação excessiva ao trabalho. O que tem se percebido, no entanto, é que além de prejudicar a saúde física e mental das pessoas, o vício em trabalho também não é benéfico para as organizações, porque os ditos workaholics, conforme pesquisas recentes, acabam sendo menos produtivos em suas atividades.
O tema foi abordado por matéria publicada pela Revista Você RH nessa semana, que sugere que uma pessoa que trabalha compulsivamente, sem conseguir afastar as questões profissionais dos pensamentos, acaba sendo menos produtiva porque vive cansada. “Alguns estudos também mostram que os workaholics têm dificuldades para delegar tarefas, comunicar-se e cooperar com outras pessoas”, diz a reportagem.
O termo workaholic não se refere às pessoas que trabalham em excesso por uma necessidade real, como é o caso de muitos brasileiros que fazem hora extra, arrumam mais de um emprego, seguem trabalhando depois de se aposentar, tudo pra conseguir uma renda que supra o custo de vida.
O termo é utilizado para caracterizar pessoas que acabam dando ao trabalho a grande parte ou quase totalidade de seu tempo, e não percebem isso como algo ruim, às vezes não chegam nem sequer a pensar sobre.
E por que fazem isso? Os motivos são variados. Pode ser para obter reconhecimento, para fugir de outros aspectos de sua vida, como relacionamentos afetivos insatisfatórios, para tentar aplacar sintomas ansiosos ou depressivos, para enfrentar a pressão da concorrência entre outros. A questão é que, de modo geral, as razões que levam alguém a trabalhar demais são inconscientes, portanto, difíceis de serem reconhecidos.
Pare para pensar na sua relação com o trabalho. Se tem dúvidas quanto à quantidade, aproveite o momento para se observar e se questionar. Você sabe mais sobre você do que imagina, só precisa um pouquinho de coragem pra admitir.
Texto por Tamara Bischoff, jornalista e psicóloga
