Análise: Por onde passou a derrota gremista na Arena

Grêmio perdeu por 1x0 para Chapecoense em casa, apesar de manter o controle da partida


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Na última sexta-feira (15), o Grêmio enfrentou a Chapecoense na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Ambas as equipes vinham de um empate na primeira rodada do Campeonato Brasileiro Serie B, e buscavam uma vitória para se reabilitar na competição.

O tricolor gaúcho iniciou tomando as ações da partida. Com mais posse de bola, empurrava o time de Santa Catarina para traz, mas com poucas chances de finalização. Com uma escalação diferente da última, Gilson Kleina buscou anular o lado mais utilizado pelo Grêmio, o lado esquerdo. Ronei saiu do meio campo e foi deslocado para a lateral direita. Enquanto isso, Betinho entrou no seu lugar. Essa mudança buscava segurar as investidas de Ferreira, pois Ronei possui melhores características de marcação.

Sempre conseguindo se posicionar em superioridade numérica, a Chape vencia quase todos os duelos pelo lado direito da defesa. Se não conseguia vencer, forçava o Grêmio a recuar a bola e iniciar novamente a construção ofensiva.

A Chapecoense, posicionada no 4-4-2, manteve suas linhas bem compactas (próximas), na marcação. Tirava os espaços entrelinhas e não liberava espaços para infiltrações.

Para superar essa marcação foi necessária muita movimentação. Isso aconteceu na melhor chance que o Grêmio teve na partida, com Ferreira. A jogada iniciou pela direita, lado pouco usado durante a partida. Assim, forçou a zaga da Chapecoense a ficar mais espaçada, liberando espaço do lado esquerdo, onde Ferreira deu o máximo de amplitude. Mesmo com menos jogadores no setor esquerdo do campo, o Grêmio conseguiu efetuar a triangulação com Diogo Barbosa, Bittelo e Ferreira, para encontrar o espaço necessário dentro da área.

Essa falta de jogas pelo lado direito acontece muito por causa da falta de características ofensivas do Rodrigues. O lateral direito gremista auxilia mais na defesa, atuando praticamente como um terceiro zagueiro. Na imagem abaixo podemos ver as interações do lateral, onde mostra que ele trocou mais passes com Lucas Silva, Villasanti e Geromel, do que com Campaz.

Outra diferença que podemos analisar é o mapa de calor (área onde mais atuaram na partida) de Campaz e Ferreira. Campaz precisou percorrer praticamente toda a parte ofensiva para buscar o jogo. Enquanto isso, Ferreira teve uma zona específica de atuação.

Ferreira:
Campaz:

A Chapecoense, conseguindo segurar o ataque pelo lado direito da sua defesa, conseguiu explorar o mesmo lado no momento ofensivo. Se beneficiou de um erro no posicionamento corporal de Diogo Barbosa. O lateral esquerdo gremista se posicionou a frente do atacante catarinense, o que facilitou receber a bola nas suas costas. Com isso, a linha defensiva gremista foi quebrada, forçando Bruno Alves a fazer a cobertura e abrindo espaço para a infiltração de Matheus Bianqui para finalizar e abrir o placar.

Roger Machado precisará encontrar alguma solução para essa tendência do time em atuar pela esquerda. Campaz é um ótimo jogador, produz melhor por este setor que está atuando, do que centralizado, mas precisa que a bola chegue até ele.

 

 

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