Após causar devastações no Sul do Brasil, El Niño chega ao fim e Pacífico entra em fase de neutralidade

Esta transição até o La Niña segue um período de águas muito aquecidas na faixa equatorial, que começou no outono passado


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Imagem de satélite de Porto Alegre na enchente de maio de 2024 (Foto: Nasa)

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) anunciou oficialmente o fim do evento El Niño 2023-2024, confirmando o que a MetSul Meteorologia já havia indicado. O Oceano Pacífico agora está em uma fase de neutralidade, sem a presença de El Niño ou La Niña. Esta transição segue um período de águas muito aquecidas na faixa equatorial, que começou no outono passado.

O El Niño 2023-2024, um dos mais fortes das últimas décadas, iniciou em junho do ano passado e atingiu seu pico na primavera, com a temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste chegando a 2,1°C acima da média em novembro. Este evento foi um dos principais responsáveis pelo excesso de chuvas e grandes enchentes no Rio Grande do Sul durante o último ano e este outono. No entanto, não foi o único fator contribuinte.

Embora o El Niño tenha terminado, a mudança no padrão atmosférico global não será imediata. A atmosfera da Terra ainda está respondendo às condições de El Niño dos últimos meses. Historicamente, este fenômeno causa chuvas extremas e inundações no Rio Grande do Sul durante a primavera do ano de seu início e no outono do ano seguinte.

Condições atuais e previsões

Segundo o último boletim da NOAA, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-Leste é de +0,1°C, indicando neutralidade. Nas costas do Peru e Equador, a temperatura está 0,5°C abaixo da média, sugerindo a possível chegada de La Niña.

Para os próximos meses, espera-se que as águas do Pacífico Equatorial se resfriem ainda mais. A NOAA prevê a possibilidade de La Niña ser declarada entre julho e agosto. As estimativas para os trimestres de inverno e primavera indicam uma crescente probabilidade de La Niña, com 39% a 81% de chance, dependendo do período.

Efeitos do fenômeno La Niña

La Niña, caracterizada por temperaturas abaixo do normal na superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental, tem impactos significativos no clima global. No Brasil, o Sul geralmente experimenta menos chuva, enquanto o Norte e o Nordeste registram aumento das precipitações. O fenômeno pode aumentar o risco de estiagem no Sul e no Mato Grosso do Sul, embora eventos de chuva extrema possam ocorrer.

La Niña também influencia as temperaturas, favorecendo a entrada de massas de ar frio no Sul do Brasil e aumentando a probabilidade de ondas de calor no verão. Em escala global, La Niña tende a diminuir a temperatura planetária, embora o aquecimento global recente tenha elevado a média das temperaturas, até mesmo em eventos de La Niña fortes.

Fonte: MetSul

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