O projeto de lei que trancou a pauta da sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Lajeado da semana passada foi aprovado em regime de urgência nesta terça-feira (28). A proposta envolve uma negociação entre a prefeitura e a Bebidas Chiamulera. Com isso, a Secretaria de Obras do município, juntamente com o Parque de Máquinas, mudará de endereço, e no local, a empresa fará a ampliação de seu espaço.
Atualmente a secretaria fica localizada na Rua Paulo José Schlabitz, no Bairro Montanha, e mudará suas instalações para a Rua Hermes Jaeger, no Bairro Bom Pastor. Isso ocorre por conta da expansão da empresa Bebidas Chiamulera, localizada às margens da ERS-130, na frente da atual sede da secretaria. O empreendimento está com linhas de exportação para fora do país e precisa de mais espaço para a ampliação de sua estrutura.
Conforme o projeto, os imóveis foram avaliados, apontando-se uma diferença em favor do município no valor de R$ 1.066.000,00 (um milhão e sessenta e seis mil reais), que deverá ser saldado pela empresa. Ao todo, 15 projetos de lei e um decreto foram apreciados na sessão ordinária. O encontro durou cerca de 2h30.
Antes da votação, o vereador Fabiano Bergmann – Medonho (PP), ex-secretário de Obras do município, falou sobre a importância da aprovação do projeto. “A Secretaria de Obras se sente apertada ali no Montanha, e está causando transtornos também para aquele pessoal que está do lado, então a empresa que está ampliando, também aumenta em dobro a capacidade da Secretaria de Obras, que tem que ser uma referência hoje do município”.
Conforme Medonho, os moradores do local reclamam do alto volume de poeira, problema que será resolvido com a saída do parque de máquinas daquele endereço. Mas Eder Spohr (MDB) entende que a mudança transfere o problema para outro ponto da cidade. “Nós temos esse projeto de permuta para uma empresa séria, uma das maiores do município, ótimo, precisa ser feito. Os moradores do Montanha reclamam de poeira e até acham pequeno o Parque de Máquinas, ótimo, mas estamos transferindo o problema. Terá um grande problema no novo endereço que também não tem pavimentação”.
Soluções para construções de novas casas
Os assuntos envolvendo as consequências das enchentes do início de maio seguem repercutindo na Câmara de Lajeado. Entre eles, medidas para a construção de moradias e dúvidas sobre novas pontes, principalmente entre Lajeado e Arroio do Meio.
Sobre as casas, Paula Thomas (PSDB) disse que uma pesquisa mostrou que 80% das pessoas que estão em abrigos do município já moravam de aluguel e estão fazendo os movimentos para a localização de novas moradias.”A gente entende que os abrigos não são locais apropriados para os familiares ficarem”, destacou.
Marquinhos Schefer (MDB) entende que com a falta de recursos por parte dos governos federal e estadual, a Câmara deveria destinar suas sobras de valores, no final do ano, para a construção de novas casas. “A coisa está muito parada, e a comunidade nos cobra”. Já Carlos Eduardo Ranzi (MDB) voltou a criticar o não encaminhamento de projetos de lei por parte do poder executivo, em razão das enchentes. “Sem terreno não tem casa, precisa ter continuidade dos estudos do rio, dragagem e reconstruir as margens”, destacou.
Isidoro Fornari Neto (PP) falou sobre a construção das 300 casas em parceria com o Governo Federal, sendo 150 no padrão normal e as outras 150 no sistema calamidade. Elas serão construídas em nove terrenos da cidade, mas estão travando em questões burocráticas. “Individualização dessas 300 unidades junto ao registro de imóveis, pode andar junto no momento da construção, no momento da entrega, exige que tenha matrícula individualizada. Isto é pior ou é o mesmo tempo, não vou dizer que é pior, é o mesmo tempo do que um loteador fazer um loteamento. Todo o trâmite está sendo exigido para que nós possamos botar a primeira pedra para a construção dessas novas unidades”, relata.
Mobilidade urbana e dúvidas sobre pontes
Quanto às novas pontes que serão construídas entre Lajeado e Arroio do Meio, já que as antigas foram levadas pela força das águas, o vereador Márcio Dal Cin (MDB) disse que há muitas dúvidas quanto aos procedimentos. “Está meio confuso e a gente precisa ter mais explicações sobre isso. Não está claro quais são os terrenos e onde serão os locais, as casas, as metragens e quem vai construir. Não se tem um norte ainda. Setembro não tem ainda, imagina as de maio, quanto tempo vão demorar pra ter uma solução”.
A respeito do tema, Jones Barbosa – Vavá (MDB) sugeriu que o empresário Roberto Lucchese, responsável pela Lyall Construtora, empresa que irá construir e custear a nova ponte de ferro provisória, no mesmo local da antiga, compareça na sessão para esclarecimentos sobre a obra.
Medonho entende que ação da Lyall é uma primeira iniciativa, com investimento de R$ 1 milhão e R$ 300 mil na obra. “Então quem puder que ajude”, destaca. Já Eder Spohr disse que a prefeitura usa desculpas da enchente para não fazer algumas melhorias antigas nas vias. Deolí Gräff (PP) destacou a importância de existir uma segunda ponte entre Lajeado e Estrela, que seja uma ligação urbana para que não se dependa apenas da BR-386.
Repasse para Defesa Civil, drenagem do Forqueta e “não achar culpados”
Waldir Blau (MDB) questionou o valor que a Câmara repassou para a Defesa Civil do município no ano passado. “Dinheiro não falta, falta organização, queremos eles (Defesa Civil) dando explicações para a comunidade, como estão se organizando”. Já Vavá sugeriu que seja feita a dragagem do Rio Forqueta e solicitou para a Secretaria de Meio Ambiente, que acione o Governo do Estado sobre o tema.
Heitor Hoppe (PP) entende que o momento não é para apontar erros e achar culpados e sim se unir para achar soluções. “Não é momento de apontar erros, as situações emergenciais o povo está sendo atendido, precisamos sim avançar, mas com calma, com planejamento”.
Novas empresas e empregos na cidade: “traz alento”
Apesar de tantas destruições causadas pelas enchentes, o vereador Isidoro Fornari Neto (PP) disse que é importante destacar a chegada de novas empresas na cidade, assim como a ampliação de marcas que já são do município e que geram empregos.
Ele citou o Supermercado Stok Center que deve se instalar na BR-386, em Lajeado gerando 150 novos empregos diretos. Além de outros empreendimentos, como o atacarejo do Grupo Passarela; ampliação do Grupo Imec em suas estruturas, assim como a empresa Vinagres Prinz que está buscando uma área nova e reinvestindo na cidade. “Isso traz alento, e mostra que ainda tem uma luz no fim do túnel”, destaca Fornari.
Outros projetos aprovados
Além disso, foram aprovados outros oito projetos de lei. Os outros seis foram retirados ou tiveram pedidos de vista, ou seja, solicitação dos vereadores para mais tempo de análise.
Foi aprovado projeto que autoriza o direito real de uso sobre uma área de terrenos à Associação Lajeadense Pró- Segurança Pública; o que cria três vagas de auxiliar de biblioteca; o que revoga o artigo 61 da Lei Complementar de 23 de março de 2016 e o que institui o mês “Abril Laranja”, voltado à prevenção da crueldade contra os animais.
Além disso, também foi aprovada a declaração de utilidade pública às entidades assistenciais do município de Lajeado, o projeto que concede o Título de Cidadão Benemérito Lajeadense ao Senhor Nestor José Heineck; o projeto que dispõe sobre a publicação em meio eletrônico oficial de autorizações e licenças para supressão de árvores em áreas públicas e suas medidas compensatórias ambientais e a proposta que cria o “Mês Maio Furta-cor”, dedicado às Ações de Conscientização, Incentivo ao Cuidado e Promoção da Saúde Mental Materna.
Texto: Gabriela Hautrive
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Kkkkk….engarrafa do cachaça na secretaria de obras…so podia…ze não mudar a cachaça virá água ou pinga…este é governo democrático de direito de um nível 35m de enchente….convenhamos…tenham vergonha ….eu bebo mas não esqueça que perder a com ciência estágio em outubro…fora….