Desabrigados fazem cobranças na Câmara e vereadores debatem soluções para construção de novas casas em Lajeado

Com pauta trancada, nenhum projeto de lei foi aprovado na sessão desta terça-feira (21). Famílias do Bairro Conservas, atingidas pelas enchentes, tiveram espaço de fala após a sessão


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Sessão contou com a presença de moradores no plenário (Foto: Gabriela Hautrive)

Mais uma vez o assunto envolvendo as enchentes foi o tema mais falado na sessão da Câmara de Vereadores de Lajeado desta terça-feira (21). Com o plenário cheio, alguns moradores do Bairro Conservas, que perderam suas casas, apoiados por pessoas de outras cidades e também de outros Estados, que pertencem ao “Movimento dos Atingidos por Barragens”, reclamaram das condições do ginásio do bairro, que abriga as famílias e pediram soluções para construção de moradias.

Algumas pessoas tentaram se manifestar no plenário. O presidente da casa, Lorival Silveira (PP) pediu para que eles respeitassem o regimento interno e não se manifestassem. Diante disso, foi acordado uma reunião dos presentes com os vereadores após o encerramento do encontro.

Todos que quiseram falar, receberam o microfone para fazerem suas manifestações. Entre eles, o presidente do Bairro Conservas, Claudiomir da Silva, conhecido como “Coutinho”, que cobrou a construção de moradias e projetos de lei sobre o tema.

Presidente do Bairro Conservas, Claudiomir da Silva, conhecido como “Coutinho”

“O pessoal do bairro quer que a área, onde foi iniciado o parque, seja usada para construção de moradias. E lá embaixo passa a patrola e faz o parque lá. Outra coisa, os vereadores dizem que não chegou nenhum projeto por parte da prefeitura, mas os vereadores do lado do prefeito podem exigir isso dele”, pondera.

Alguns moradores pediram garantias aos vereadores sobre as sugestões. O presidente Lorival Silveira, disse que é preciso analisar a situação com calma. “Não vamos nos iludir aqui pessoal. Vocês trazem essa situação, fazem o levantamento, a gente vai sentar com uma comissão de moradores de vocês, com o prefeito, apresentar a alternativa e aí sim, ter uma coisa concreta”, destacou.

Além da questão das moradias, as filas no Centro Especial de Apoio aos Atingidos pelas Cheias (Ceapac), que foi reaberto pela a Prefeitura de Lajeado também foi um tema bastante comentado durante a sessão. Marquinhos Schefer (MDB) questionou o porquê dos cadastros que as famílias fizeram na enchente de setembro do ano passado não terem validade de forma automática. “Isso vai durar mais de dois meses até atingir toda a população, e essa população tem pressa”.

Famílias do Bairro Conservas, atingidas pelas enchentes, tiveram espaço de fala após a sessão (Foto: Gabriela Hautrive)

Pauta da sessão trancada

Sete projetos de lei estavam na pauta da sessão da Câmara desta terça-feira, mas nenhum foi aprovado. O vereador Márcio Dal Cin (MDB) pediu vista para o projeto sobre a permuta de imóvel de propriedade de Lajeado por imóvel de propriedade de Ivete Luiza Scheibler e outros adquiridos pela Distribuidora de Bebidas Chiamulera. A proposta, por estar em regime de urgência, trancou a pauta, e precisa ser votada primeiro na sessão ordinária da próxima semana.

Manifestações dos vereadores

O vereador Sérgio Kniphoff (PT) disse que político tem que gostar de gente e sugeriu usar recursos próprios da Câmara para a compra das cestas básicas. Além disso, afirmou que irá indicar um projeto de lei para assistentes sociais e engenheiros para dar celeridade nas ações de construções de casas e cadastros na cidade. Da mesma forma, Fabiano Bergmann – Medonho (PP), entende que as casas para as pessoas precisam ser prioridade. “As famílias precisam voltar para um local digno”.

Isidoro Fornari Neto (PP) pediu para que as pessoas, que possuem a oportunidade de saírem dos abrigos, que façam isso, que aluguem casas se encontrarem. Já Deoli Gräff – PP disse que o momento é difícil, mas pediu compreensão porque as coisas levam tempo e dependem de burocracias. Alex Schmitt (PP) cobrou os governos estaduais e federal que não iniciaram as construções das casas prometidas até então, desde a enchente de setembro do ano passado.

Sessão ordinária desta terça-feira (21) (Foto: Gabriela Hautrive)
Isenção de IPTU, projetos do executivo, falta de esperança e vontade

A vereadora Ana Rita de Azambuja – Ana da Apama (PP) solicitou a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para quem foi afetado pela enchente. O projeto já foi apresentado e está nas comissões.

O vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB) criticou a prefeitura, que até então, não enviou nenhum projeto de lei envolvendo a enchente para a casa legislativa. Jones Barbosa – Vavá (MDB) disse que as pessoas presentes no plenário representam uma falta de esperança e falta de acreditar que algo será feito. Já o Waldir Blau (MDB) defendeu que falta vontade por parte da prefeitura para fazer as coisas.

A vereadora Paula Thomas (PSDB) destacou que 100 máquinas estão nas ruas trabalhando na limpeza da cidade. Por conta do estado de calamidade pública decretado pelo município, a cidade está atuando em diferentes frentes sem a necessidade de encaminhar projetos de lei até o momento ao poder legislativo, mas reforçou que é preciso dar prioridade para a construção de novas moradias. “A Secretaria de Planejamento do município está mapeando as áreas necessárias para isso, então é necessário ver onde é, se vai ser por permuta, se tem que comprar, se tem que desapropriar, mas infelizmente a gente tem que levantar elas, conhecer essas áreas”, relatou.

Convite presidentes das concessionárias de energia

Waldir Balu disse que irá convidar os presidentes Certel e da RGE, responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica na cidade, para que participem de uma sessão da Câmara de Vereadores de Lajeado e prestem esclarecimentos quanto à falta de energia elétrica.

Texto: Gabriela Hautrive
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