EPI: morcegos, aranhas, ratos e cobras


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Foto: Carolina Leipnitz

Estamos entrando na terceira fase desta calamidade. O socorro das pessoas/animais, entrega de alimentos e agora inicia a limpeza. Estas águas, lodo e lixo tem muitas armadilhas e microrganismos que causam doenças e ferimentos. São vírus, bactérias e fungos que não se vê, mas, estão aí.

O uso de “Equipamentos de proteção Individual” (EPI) passa a ser obrigatório como prevenção. Sei que está difícil de encontrar botas, capas, luvas e máscaras. Sem isto o risco é maior. Há muita madeira, pregos, vidros e latas que servem de armadilhas para se machucar. Lembre de ver se está em dia a vacina antitetânica que vale por 10 anos.

Tenho um amigo que no seu trabalho voluntário foi mordido por um morcego. Logo procurou socorro médico na UPA/HBB foi medicado e vacinado. E é este o procedimento. Estes morcegos de casa são frutívoros e insetívoros e muito raramente são transmissores de raiva. Suas fezes e urinas transmitem doenças pulmonares e é preciso usar também máscaras de proteção.

Apesar de serem raros os acidentes com aranhas precisamos nos preocupar com três delas. A viúva negra pequena vermelha e preta que leva este nome porque come o macho após a cópula. Pouco encontrada no Sul, mas deve se ter cuidado com crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade. Há soro (antilatrodectus) exclusivo para ela é fabricado pelo Instituto Vital Brasil-RJ.

A aranha marrom esta sim é comum entre nós, pequena de hábito noturno se escondem em cantos protegidos. É preciso ter atenção no uso de calçados, cantos de gavetas e locais onde pouco se mexe. O local da picada fica arroxeada e começa a necrose no terceiro dia. Há soro aracnídeo. A outra e a armadeira que leva este nome porque quando ameaçada se levanta pronto para saltar. Dá pequenos pulos e a picada é dolorida. Também cuidar com idosos, crianças e pessoa já doentes. Há soro aracnídeo. Em todos os casos o Hospital de referência é o HBB.

Quanto a ratos, a urina transmite a leptospirose doença bem conhecida na região. A preocupação fica para aqueles que são socorristas, que fazem resgate e os que estão na limpeza pesada. Precisam estar protegidos além dos EPIs, medicados preventivamente com antibióticos (Doxiciclina) na dosagem recomendada por médico e encontrado nas farmácias.

Outro acidente que pode acontecer são as cobras que tiveram de sair de seus habitats principalmente a cruzeiro e jararaca. Há muitos galhos, entulhos e copa de árvores para elas se refugiarem. Se for mexer use uma vara primeiro. Há soro antiofídico e o HBB é a referência. As cobras estão atrás de alimentos e os ratos são o banquete.

Em caso de picadas de aranha e cobras lavar bem com água e sabão e não fazer torniquete. Colocar o local picado mais alto para diminuir a circulação. Procurar socorro e se possível levar o bicho junto nem que seja a fotografia para auxiliar o médico na identificação e tratamento.

Outras armas de combate são água potável, sabão e hipoclorito de sódio para tratamento de água e higiene. Cloro de piscina e água sanitária como são conhecidos e na dosagem recomendada nos rótulos. A Secretaria da Saúde tem um folder orientando o uso e disponível na internet.

E aplausos aos voluntários que tanto tem ajudado este povo atingido pelas cheias.

Texto por Nilo Cortez, engenheiro agrônomo

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