Excesso de chuvas, e agora?


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Foto: Ilustrativa/Freepik

Estamos saindo de uma semana terrível para a região. Chuvas muito acima das médias históricas, batendo todas as estimativas. Em alguns municípios (Muçum 1020 mm: Putinga 900 mm: Vespasiano 871 mm.) choveu a quase a metade do esperado para o ano em uma semana. Não há estrutura de drenagem artificial (bueiros etc.) ou natural (valetas, arroios e rios) que suportem essa quantidade de água.

Estamos acompanhando as notícias vindas do governo federal e estadual que estão preparando linhas de recursos para serem utilizados pelos atingidos. Não há tempo de espera. Que seja rápido e sem burocracia.

Em contato com a Emater que também foi atingida, perdemos os escritórios de Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Estrela e Arroio do Meio. Claro eles estão momentaneamente fora de ação. Alguns funcionários perderam quase tudo nas suas moradias. Logo que possível estarão de volta cumprindo seu papel social.

Os demais já estão atuando e ajudando nos laudos preliminares para as Prefeituras e Defesa Civil. Tem um programa chamado de “Sisperdas” que permite fazer laudos por imagem de satélites, já que não é possível chegar em todas as propriedades. E mais tarde fazer os laudos conclusivos.

Aqueles que tem lavouras financiadas e tem PROAGRO é possível de fazer laudos de “Excesso de chuvas” e receberem indenização. Haverá discussão sobre isto, mas, vamos junto com os STR’s fazer o enfrentamento. Está na hora de olhar os produtores de outra forma.

No último relatório conjuntural, preocupa os dados da colheita da soja. Teria ainda por colher aproximadamente 1 milhão de hectares que possivelmente está praticamente perdido. Muita umidade, falta de sol, áreas com muita umidade não podendo entrar máquinas haverá o brotamento inutilizando-as. O milho foi colhido 84% o restante está por colher uma vez que foi dado prioridade para a soja. Arroz faltaria 28% por colher, como são áreas de baixada onde pegou deve ter perdas severas.

Outro setor que foi duramente atingido foi o das olerícolas (hortaliças). Já se nota o aumento dos preços das folhosas (alface, rúcula, couve.), tomate e batata. Vai acontecer com os demais produtos que deverão vir de outros estados para abastecer nosso mercado.

No setor de criações a falta de luz, estradas intransitáveis e pontes caídas não permite a entrega de rações e o transporte dos animais prontos para abate ficou muito complicado. Estes animais vivem do dia a dia. Seja vaca, suínos e aves precisam de alimentos água e luz diariamente. Mesmo quem fez silagem está com problemas. Muitos perderam os estoques que estavam preparando para o inverno. A produção de leite, aves e suínos estão tendo perdas irreparáveis. Inclui aí alguns setores de agroindústrias tiveram de parar devido falta de mão de obra e as águas.

Aquelas propriedades que não foram atingidas e tem condições de ajudar com alimentos seja rações, pastagem ou silagem procurem faze-lo. Não precisa ser gratuito, mas, que não cresça o olho e respeite as dificuldades que serão passageiras. É hora do comunitário é coisa de gaúcho e já o fizemos muitas vezes isto. E a turma das áreas urbanas que vão fazer compras no mercado deem preferência aos produtos regionais. Lembre-se que este dinheiro vai circular por aqui sai do teu bolso e volta de outra forma.

Texto por Nilo Cortez, engenheiro agrônomo

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