“Mulheres da Década” na categoria “Desenvolvimento Regional”: Cíntia Agostini

Natural de Marques de Souza, Cíntia é economista e professora universitária, e tem forte atuação no Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari


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Economista e vice-presidente do Codevat, Cíntia Agostini (Foto: Caroline Silva)

A economista Cintia Agostini, 45 anos, é a laureada na categoria “Desenvolvimento Regional” do Troféu Mulheres da Década. Cíntia está envolvida com entidades que interferem diretamente no desenvolvimento do Vale do Taquari. Seus pais são naturais de Progresso e mudaram-se para Marques de Souza, município onde Cíntia e seus dois irmãos nasceram.

A economista lembra que no Ensino Fundamental estudou em Marques de Souza. Mas, para cursar o Ensino Médio teve que se deslocar para Lajeado e passou a frequentar o Colégio Presidente Castelo Branco, onde logo participou do diretório acadêmico, mas também teve que superar os seus medos por ter que se deslocar sozinha para uma cidade que não conhecia.

Em março de 1996 iniciou a graduação em Economia na Univates. Optou por este curso, por gostar de política e dados, sendo este o que mais se aproximava disso. Na faculdade, ela lembra que surgiu o primeiro impacto, pois eram apenas duas moças na sala de aula, numa turma composta por 58 homens, na maioria mais velhos.

Em setembro foi convidada por uma professora para ser bolsista num projeto de pesquisa na Univates. O primeiro trabalho foi o planejamento municipal de Encantado. Em 1997 passou de bolsista para estagiária do Departamento de Economia e, também, era secretária do professor Dinizar Becker, no Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). “Ele é minha referência e meu mestre”, destaca.

No início de 2006 foi convidada para dar aula no curso de Economia e na metade do ano iniciou o seu Mestrado. Na sequência fez o Doutorado em Desenvolvimento Regional. Em 2008 assumiu como secretária-executiva da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas e do Codevat. Posteriormente assumiu a presidência do Codevat e manteve-se nesta condição por sete anos, depois atuou dois anos como vice-presidente e agora faz parte da diretoria do Conselho Fiscal. Também foi coordenadora do Parque Científico e Tecnológico da Univates (Tecnovates) e, desde 2022, é gerente comercial na área de relacionamento com o mercado da Univates.

Ao avaliar toda essa trajetória, Cíntia lembra de como já demonstrava na infância, que seguiria por este caminho. “Eu era muito pequena e brincava que seria Executiva. A minha mãe dizia que eu seria professora, e eu falava que até poderia ser professora, mas não de criança”, lembra. “Ao olhar para tudo isso, eu percebo que não projetei, eu fui fazendo. Foi acontecendo naturalmente, à medida que o meu trabalho foi fazendo entregas e eu fui dizendo sim para as oportunidades que eu tive, por mais desafiadoras que elas fossem. Eu sempre estudei e me desafiei, porque sei que fazemos a diferença na vida das pessoas. Muitas me falam que param as suas atividades para me escutar quando eu participo na programação da Rádio. Isso é lindo e me dá responsabilidade, pois eu sei o compromisso que eu tenho com a ponta. Sou absolutamente realizada”, ressalta.

A economista ainda acrescenta que prioriza o coletivo, ao invés do individual. “Eu acredito nas construções coletivas e na participação social. Sei que isso nos leva a lugares melhores. Pra mim o resultado coletivo é muito maior do que o individual. Aprender a mediar os diferentes interesses é o grande desafio. Já fui acusada de ser muito democrática, porque eu acredito na essência coletiva e na democracia”, destaca.

Além da Universidade, Cintia divide o tempo com a filha de 13 anos, quatro cachorros e dois gatos. Ela afirma que é parceira para quase tudo, além de ser uma pessoa muito tranquila. “Dificilmente eu acordo ruim, quando fico estressada é por alguns minutos e já passa”, declara. “Erros operacionais, como a falta de comprometimento e de atenção me tiram do sério”, relata.

Momentos marcantes

Entre os momentos marcantes nessa trajetória, Cintia destaca a discussão da cadeia leiteira na importação do leite em pó, que houve com o Governo Sartori. “O Codevat liderou e eu fui desde subir em caminhão para fazer discurso, até me reunir com o governador. Outros pontos importantes foram a duplicação da BR-386 e a greve dos caminhoneiros, além das discussões dos planejamentos estratégicos. Eu olho para trás e vejo que as coisas melhoraram, porque a entidade estava lá, mudou os rumos e foi atuante nesse processo”, conclui.

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