O preço de não valorizar aquilo que temos perto de nós

A história que conto serve para uma reflexão interessante sobre a nossa vida


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Foto: Divulgação

Na semana depois do Natal, estive em Capão Novo, na casa da minha sogra. Há 27 anos, veraneamos nesta praia. Conto isso para explicar que tenho grande apreço por Capão Novo. Com facilidade, consigo passear mentalmente pelas ruas, ou mesmo poderia descrever detalhes de cenas vividas à beira-mar.

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Se em verões anteriores, em grande medida, valorizei os dias de veraneio, dessa vez, meu interesse andava opaco. Andava fortemente interessada nas alegrias previstas para as semanas seguintes, quando estaria no Uruguai e na Argentina. Casa Pueblo, Rua Florida, Caminito, Recoleta. Era o que me vinha à cabeça com frequência.

Acontece que, passadas algumas semanas do retorno, tenho me dado conta de que vivi os dias em Capão Novo com certo desdém. Era pouco para o que eu iria viver depois. Aqueles cenários me eram tão familiares. Estava ansiosa por novas paisagens. E, de fato, foram dias agradáveis. No entanto, agora, de volta para minha casa, queria muito estar na praia, em Capão Novo, vivendo a rotina que se repete há mais de duas décadas.

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A história que conto serve para uma reflexão interessante sobre a nossa vida. Quantas vezes, não valorizamos as pessoas que convivem conosco porque elas estão sempre disponíveis. Tratamos muito melhor os estranhos do que os nossos familiares. Quantas vezes, somos ríspidos com os cônjuges e falamos mansamente com os colegas e amigos. Quantas vezes, desdenhamos o nosso emprego, falamos mal da empresa onde trabalhamos.

Quantas vezes, deixamos de conversar com os nossos pais porque pensamos que nossas ideias são muito mais modernas. Até mesmo, mexer no celular nos parece ser mais proveitoso. E, assim, como aconteceu comigo em relação à praia, tantas vezes, somente nos damos conta quando já perdemos pessoas ou oportunidades que foram preciosas na nossa vida.

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