Sessão reduzida e um minuto de silêncio: vereadores de Lajeado ressaltam ajuda voluntária e reconstrução

Contra vontade da oposição, a sessão não teve os sete minutos de fala dos parlamentares. Nenhum projeto envolvendo a enchente estava na pauta desta quinta-feira (9)


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Sessão da Câmara de Vereadores de Lajeado realizada nesta quinta-feira (9) (Foto: Gabriela Hautrive)

Após um pouco mais de duas semanas, a Câmara de Vereadores de Lajeado voltou a ter uma sessão ordinária nesta quinta-feira (9). O último encontro havia sido no dia 23 de abril,  uma semana antes da enchente catastrófica que atingiu Lajeado, o Vale do Taquari e todo o Estado do Rio Grande do Sul. O encontro foi conjunto, abrangendo as duas últimas sessões não realizadas. Os vereadores iniciaram a sessão com 1 minuto de silêncio em homenagem às pessoas que perderam suas vidas.

A enchente e suas consequências foram os temas mais tratados, mas em um espaço de fala reduzido. Por nove votos favoráveis e cinco contrários, os parlamentares não tiveram o tempo de sete minutos que cada vereador possui no grande expediente de cada sessão. A única manifestação foi no pequeno expediente com dois minutos para cada vereador inscrito.

O vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB) disse que é preciso que haja uma reconstrução o quanto antes, pois Lajeado é o ponto de apoio aos outros municípios. “Não fizemos ainda o dever de casa em relação a outras enchentes, mas como eu disse, isso será falado em outro momento”. Ele foi contra ao fato de não ter os sete minutos de fala, assim como os demais colegas da bancada do MDB.

Já Heitor Hoppe (PP) destacou que praticamente não há palavras para serem ditas nesse momento. “Precisamos ter serenidade, muitas famílias em Lajeado foram atingidas, praticamente não teve alguém que não teve um familiar ou empresa envolvidas nessa situação”.

Márcio Dal Cin (MDB) entende que a decisão em tirar os sete minutos de fala foi um ato covarde. “A gente precisa ter atitude. A gente não pode se acovardar. A gente não pode ter medo de gastar dois, três milhões para construir estruturas sólidas que, nesses momentos de maior necessidade, a gente tenha capacidade, a gente tenha condições de atender aqueles que mais precisam. A gente não pode se acovardar”.

Sessão da Câmara de Vereadores de Lajeado realizada nesta quinta-feira (9) (Foto: Gabriela Hautrive)

Outros vereadores como Jones Barbosa – Vavá (MDB), Sergio Kniphoff (PT), Paula Thomas (PSDB) e Deolí Gräff (PP) também se manifestaram. Vavá disse que a falta de comprometimento que aconteceu na enchente de setembro, replicou agora e aconteceu até pior. Já Kniphoff criticou a retirada do grande expediente na sessão. “Nos foi tirada a palavra pelos vereadores da base de governo, em uma manobra de tentar blindar o governo”.

Paula entende que o momento não é para o discurso político e sim para achar solução para a economia que foi devastada. Já Deolí agradeceu aos voluntários que estão se doando nas mais diferentes formas e se solidarizou a quem perdeu suas casas e também as vidas perdidas na enchente.

“Secretário merece apanhar de chinelo”

Outro tema tratado na sessão foi envolvendo a área da saúde. O vereador Waldir Blau (MDB), que costuma criticar o secretário da Saúde de Lajeado, doutor Cláudio Klein, disse que o profissional precisa “apanhar de chinelo”, por ter tirado a vacinação do Bairro Olarias. Cinco bairros são atendidos no local, conforme o vereador. O serviço foi transferido para o Bairro Campestre. “Imagina a distância que as pessoas precisam se locomover, e ele conseguiu fazer isso numa época dessas, ele tem que apanhar, apanhar de chinelo na bunda, caco de um secretário”, relatou o vereador.

Sessão da Câmara de Vereadores de Lajeado realizada nesta quinta-feira (9) (Foto: Gabriela Hautrive)

Um projeto aprovado

Quatro projetos de lei estavam na pauta da sessão desta quinta-feira (9), mas nenhum envolvia questões voltadas à enchente. Três tiveram pedidos de vista, sendo apenas um aprovado. Foi aprovada a proposta que autoriza crédito de R$ 60 mil para as secretarias da Saúde e da Segurança Pública no auxílio da criação da Guarda Civil Municipal.

Texto: Gabriela Hautrive
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