Análise: título da Recopa Gaúcha passou pelas estreias nas posições que o Grêmio tinha maiores dificuldades em 2022

Suárez marca três vezes, laterais e meio-campistas têm boa estreia, apesar de não terem entrosamento com o restante da equipe


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Nesta terça-feira (17), o Grêmio recebeu a equipe do São Luiz de Iju, na Arena, em Porto Alegre, para disputa da final da Recopa Gaúcha. Como destaques, a invencibilidade do técnico Wiliam Campos no comando dos visitantes. No lado gremista, a estreia de Luis Suárez como camisa 9 tricolor.

A partida inicia com o Grêmio imprimindo muita intensidade, conseguindo impor o controle nas ações. Tanto na transição quanto na organização ofensiva, a equipe de Renato Portaluppi mantinha um dos volantes junto aos zagueiros. Com isso, conseguia ter uma segurança maior defensivamente, em caso de contra-ataque do adversário. A gente deles, o outro volante (Villasanti ou Pepê) formando um trio com os laterais. Apesar de o lateral-direito Fábio ter sido mais acionado no ataque, efetuando algumas trocas de posição com Campaz.

O primeiro gol saiu logo após uma tentativa de ataque do tricolor. O time manteve suas linhas altas, com os jogadores efetuando uma pressão na saída de bola do São Luiz. Com a pressão, conseguiu criar superioridade numérica na marcação, o que forçou o adversário a sair com a bola longa, facilitando a recuperação da posse.

Pepê consegue cortar o lançamento, cabeceando para Fereira. O camisa 10 acelera a jogada efetuando o passe de primeira e encontrando Suárez livre dentro da área. O que chamou a atenção foi a inteligência do centroavante uruguaio. Ao perceber o desarme, imediatamente busca o espaço vazio que lhe da condição de chegar livre na cara do goleiro.

A jogada do segundo gol de Suárez é muito parecida. Kannemann consegue interceptar um lançamento e Ferreirinha faz o passe de primeira novamente, para o uruguaio ficar livre e ampliar o placar.

O Grêmio utilizou bastante a saída de 3, com Villasanti recuando entre os zagueiros, mas, por vezes, o lateral Fabio executava essa função. Neste momento, Campaz recuava para trabalhar como ala pelo lado direito e auxiliar na saída de bola.

Bitello, um dos destaques da partida, teve bastante liberdade para circular nas costas de Suárez. Se movimentava por todo o campo ofensivo, criando apoios com Campaz e Ferreirinha, gerando espaços e dando opção de passe para triangulação. Desta forma, saiu o seu gol, logo após o Grêmio ter sofrido o empate.

Na sequência do lance, podemos ver que o próprio Bitello consegue utilizar o espaço gerado. O meio-campista efetua o passe e já se movimenta para opção receber na frente para finalizar.

A defesa, por outro lado, foi pouco exigida. Mas serão necessários alguns ajustes, pois o São Luiz, nos momentos que atacou, conseguiu furar algumas vezes a organização defensiva do tricolor, e levou perigo ao gol de Brenno. Apesar de sempre manter um homem junto aos zagueiros, é preciso trabalhar melhor as coberturas dos laterais que apoiam bastante.

Texto por Daniel Klabunde, comentarista e co-autor de “As táticas dos Campeões”

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