Trânsito entre Estrela e Colinas tem mais caminhões, diminuição de veículos de passeio e dificuldade de logística

Com a queda de pontes entre Lajeado e Arroio do Meio e recuperação da Ponte de Ferro, rotina está diferente na ERS-129, rota usada como desvio para a região alta do Vale do Taquari


0
Movimento de caminhões na ERS-129, em Costão (Foto: Gabriela Hautrive)

O tráfego de veículos, entre Estrela e Colinas pela ERS-129, na localidade de Costão, está modificado desde que a ponte da ERS-130 e a Ponte de Ferro, entre Lajeado e Arroio do Meio, foram levadas pela forças das águas na enchente do início de maio. A dinâmica habitual do fluxo de veículos foi alterada, com a presença maior de caminhões e uma recente redução e veículos de passeio após o restabelecimento da Ponte de Ferro.

Essa nova rota não permite a passagem de veículos pesados, o que mantém os desafios logísticos para as empresas que dependem das entregas de mercadorias na região. O impacto dessas mudanças envolvem questões de mobilidade, afetando diretamente o comércio local e a qualidade de vida dos moradores. Com a intensificação do tráfego de caminhões, as vias tornaram-se mais congestionadas, aumentando o tempo de deslocamento e gerando preocupações quanto à segurança viária. Além disso, o fluxo contínuo de veículos de carga tem provocado desgaste nas estradas, como novos buracos.

Diminuição de veículos de passeio

A reportagem da Rádio Independente conversou com as pessoas que utilizam a rodovia e estão às margens dela. O relato unânime sobre a é diminuição de veículos de passeio após a liberação de Ponte de Ferro.

Adélio Borba, que trabalha como frentista em um posto de gasolina, confirma a informação. “Os caminhões continuam a mesma coisa, eles não tem uma outra relativa para passar, mas os carros diminuiu pela metade praticamente”. Com isso, o aumento no posto também aumentou. “Eles param e às vezes pegam um lanche. Muitos pedem informação para saber pra onde vai, se tem outra alternativa pra ir para Arroio do Meio, aí eles passam aqui e perguntam. Eles não conhecem a estrada”, relata.

Rotina do morador que é cadeirante

O morador, Thiago Tischer, que é cadeirante, também viu sua rotina mudar, e teme por sua segurança, em uma estrada que normalmente era tranquila e agora está movimentada. “O negócio aqui tá crítico, porque passa caminhão toda hora, eu corro o risco e ser atropelado e tudo mais. Diminuiu um pouco o movimento de carros, mas caminhão é toda hora”, ressalta.

Rota mais longa para os caminhões

O motorista, Guilherme Agnes, que trabalha para uma distribuidora de Camaquã, na região Sul do Estado do RS, precisa fazer uma rota mais longa agora para seguir com a logística de entregas. “Houve bastante aumento de fluxo de caminhão agora no desvio aqui, pouco carro, mas bastante caminhão. Tem uns trechos ruins, que estão perigosos, principalmente de noite. Quando voltar a ponte a gente segue pela ponte, aí fica melhor”.

Dificuldade de logística das empresas

Já Morgana Fensterseifer, proprietária de um açougue e de uma distribuidora de carnes, fala sobre o aumento do movimento, buracos na estrada, e principalmente a dificuldade de logística para as entregas da empresa.

“A gente saía antes para Arroio do Meio, por exemplo, umas 10h, e voltava entre 10h30 e 11h. Hoje a gente saindo às 4h da manhã e voltando às 8h. Hoje, por exemplo, a gente não sabia certo se estaria aberto ou não lá o percurso, a gente saiu às 7h30. Pra nós tá difícil e eu sei que pra muitos outros moradores e outros proprietários que têm outras casas comerciais, ou que têm alguma empresa também tá difícil. Eu sei que é um momento delicado, eu sei que todo mundo tem que entender, mas querendo ou não essa ponte lá é muito importante, tanto para o comércio local quanto para outras empresas e outros lugares”, conta.

Assim como outros relatos, Morgana também comentou sobre a diminuição significativa de veículos de passeio, mesmo que ainda tenha bastante fluxo, mas que já é bem menor do que antes por conta da Ponte de Ferro.

Texto: Gabriela Hautrive
[email protected]

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui