A Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) está preocupada com o fechamento e a migração de empresas de locais que sofreram com as enchentes no Rio Grande do Sul. Conforme o vice-presidente da entidade, Joel Dadda, é necessário encontrar uma solução para estes desafios e evitar perdas econômicas e sociais ainda maiores no estado.
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O impacto econômico já é percebido em números: em maio foram 22 mil demissões no RS, 10 vezes a mais do que em 2023, segundo Dadda. Porto Alegre, Canoas e a região de Gramado foram os locais mais afetados. Em Lajeado e Estrela, forma 900 empregos cortados, segundo o dirigente.
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Dadda ressalta que a dificuldade é maior para as empresas menores, que não tem tanto capital de giro para dar a volta por cima e não conseguem linhas de crédito mais favoráveis. Elas também se encontram em locais mais suscetíveis a alagamentos na comparação com companhias maiores.
“Empresa pequena é muito mais do que um ganha-pão. É um sonho da pessoa, da família que está ali”, destaca o líder do segmento, para quem há “uma dificuldade muito grande de ser visto isso pelo governo federal”.
Um dos pedidos mais recorrentes é a liberação de dinheiro a fundo perdido, empréstimo que não precisa ser retornado ao governo. Outra pauta é que seja reprisado um dispositivo usado durante a pandemia de covid: a possibilidade de suspensão de contratos, bem como redução de carga horária e de salários, tudo para aliviar a pressão financeira e evitar demissões em massa.
A sede da Fecomércio em Porto Alegre também foi inundada pelas águas em seu primeiro piso. A expectativa da entidade é que as obras de reparação sejam concluídas nas próximas semanas e que seja possível retomar as atividades até o final de julho. Nesse período, a Fecomércio-RS transferiu parte do trabalho para um prédio na região central da capital, e o restante conduz no formato home office.