Leptospirose é uma das preocupações com o pós-enchente no Vale do Taquari

Vigilância Epidemiológica orienta quanto aos cuidados na limpeza de locais atingidos pelas cheias


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Juliana Demarchi (Foto: Nícolas Horn)

O Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul, Lacen, confirmou o primeiro caso de morte por leptospirose no Vale do Taquari. O caso envolve um homem de 67 anos e foi divulgado pela Secretaria de Saúde de Travesseiro no último domingo (19). A doença é uma das preocupações em função das enchentes que atingiram a região neste mês de maio. A orientação é quanto ao cuidado no momento da limpeza das ruas e residências, bem como com animais peçonhentos.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi, explicou durante entrevista ao programa Panorama desta terça-feira (21), que a limpeza deve ser realizada com o uso de botas e luvas. Mesmo assim, há a possibilidade de haver contato com a água contaminada pela urina de roedores. Além disso, a lama acumulada pelas cheias oferece ainda maior risco à população. “Qualquer bactéria ou qualquer vírus ele permanece mais tempo viável na lama do que propriamente na água corrente da inundação e da enchente”, considerou a coordenadora. O tratamento imediato a partir dos sintomas de febre e dor no corpo é fundamental.

A retirada da lama das casas deve ser feita com água e sabão. Após, deve ser feita a desinfecção com um pano em todas as paredes, utilizando a solução de hipoclorito concentrado de 2% a 2,5%, diluído em água e sem a mistura com outro produto de limpeza. As caixas de água também devem ser esvaziadas e lavadas com água e sabão. Depois de encher a caixa e colocar hipoclorito, ela deve ser esvaziada novamente para a limpeza dos encanamentos. Estofados, colchões, edredons e cobertores grossos, que não seja possível o processo de limpeza adequado e com água quente devem ser descartados. Louças podem ser reaproveitadas, desde que os talheres sejam de inox ou metal, bem como os vidros devidamente higienizados.

Juliana Demarchi ainda falou sobre a preocupação quanto a acidentes com animais peçonhentos ou potencialmente transmissores da raiva. Picadas de cobras e aranhas são avaliadas pelo Centro de Informações Toxicológicas, que possui atendimento 24 horas. Se necessário é aplicado o soro antiveneno. Em relação à raiva, já foram identificados sete pacientes com possível contaminação. Eles teriam sofrido acidentes com morcegos. A indicação é que o paciente procure imediatamente o serviço de saúde de seu município.

Texto: Gilson Lussani
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