Os vereadores de Lajeado se reuniram em sessão ordinária na noite desta terça-feira (4). Dos sete projetos da pauta, um foi aprovado, além de um decreto. O assunto em destaque foram as pontes, tanto as novas que estão sendo construídas e projetadas, na ligação com Arroio do Meio, como também os problemas na ponte sobre o Arroio Boa Vista, na BR-386, que conecta Lajeado com Estrela.
O único projeto aprovado prevê uma abertura de crédito no valor de R$ 10,4 mil para a Secretaria do Desenvolvimento Social. O recurso será destinado para oficinas do Senac. O diretor da Construtora Lyall, Roberto Lucchese, participou da tribuna livre da Câmara para esclarecer dúvidas sobre a nova Ponte de Ferro, chamada de Ponte da Reconstrução.
Lucchese, explicou sobre os equipamentos adquiridos para a construção da ponte, os valores investidos, em um total de R$ 2 milhões, além das parcerias para a construção. Ele dividiu os custos em compra de pedras e uso de maquinário; ferro e transporte. “A gente precisava gastar entre máquinas e pedras, mais ou menos, R$ 500 mil. Agora a gente vai falar de um valor bem superficial, mas seria basicamente esses montantes. R$ 500 mil em pedra. Aliás, o que tinha no nosso estoque, mais ou menos R$ 200 mil em pedra, que a gente fez toda a doação, obviamente, sem cobrar nada. E a prefeitura, com o seu maquinário, com os seus fornecedores, conseguiu adicionar”, relata.
Cerca de 1,2 milhão é investido na estrutura, além de parceria da Altari para os serviços feitos no ferro. O transporte é por parte do Guinchos Sansão. Já a madeira, com cerca de R$ 200/250 mil, pagas pela Prefeitura de Lajeado, sendo que está em negociação a doação de vigas por parte de Arroio do Meio.
O empresário também falou sobre o desafio que é fazer a obra. “Todo dia eu tenho medo que alguém morra nessa obra. Ontem, 7 da noite, a gente mandou parar, parem tudo e vamos para casa. A gente só vai retomar amanhã de manhã. Em função do nível, a gente está na pior condição possível de trabalho”, ressalta.
Questionamentos dos vereadores
Após a explanação do empresário, um vereador por bancada de partido, teve cinco minutos para questionamentos. Sérgio Kniphoff falou em nome do PT, e questionou sobre a chegada ou não de recursos para a ponte, citando o movimento “Juntos Pela Ponte”. O que foi respondido pelo empresário, que não, “não tiveram recursos e nem conversas com esse grupo de empresários”.
Já Paula Thomas falou em nome do PSDB e parabenizou o trabalho feito pela Lyall. Carlos Eduardo Ranzi, em nome do MDB, também exaltou o trabalho feito até aqui, mas citou o transtorno que terá no fluxo de veículos nas cidades envolvidas e também o fato de não passar veículos pesados. Lucchese respondeu que “no máximo vai passar uma Van”, nas condições atuais da estrutura.
Isidoro Fornari Neto, pela bancada do PP, disse que a “briga no momento é para fazer com que a ponte seja permanente”, e não temporária, até que uma nova seja construída. “Passar como turismo, um ponto turístico, como vocês falaram, assim como o Cristo Protetor serviu para puxar essa frente, esta ponte vai servir como exemplo e também para puxar o turismo. Quem anda de bicicleta vai fazer uso dela, quem vai fazer a travessia a pé, faz o uso por dela, e os veículos de carga com uma ponte nova, com uma condição nova e dando e voltando a normalidade da nossa ligação de Lajeado com uma parte baixa e a outra parte alta do Vale do Taquari”, pondera.
Entenda mais sobre a Ponte de Ferro
A estrutura emergencial da Ponte de Ferro é feita pela iniciativa privada e ficará no local até que uma ponte permanente seja construída. A responsável pela ponte permanente é a empresa Medabil, de Nova Bassano, que venceu a licitação e fará a construção da ponte que substituirá a ponte de ferro. Já a ponte emergencial, que está sendo feita pela Lyall, já começou a ser montada e deve ser inaugurada até a próxima segunda-feira (10).
Se os municípios decidirem por manter as duas pontes, o tempo de construção e custos serão maiores, já que não poderão usar a estrutura já existente da antiga Ponte de Ferro.
“Puxar o chinelo para o Departamento de Trânsito”
O vereador Waldir Blau (MDB), que no mês passado falou que o secretário da Saúde de Lajeado, doutor Cláudio Klein, precisava “apanhar de chinelo”, por ter tirado a vacinação do Bairro Olarias, voltou a falar sobre o tema, porém, direcionando a outro setor do município.
Desta vez, ele disse que vai precisar pegar o chinelo para o Departamento de Trânsito de Lajeado. “Queremos um quebra-molas na Rua dos Ipês, tem um abaixo assinado com mais de 200 assinaturas. Mas infelizmente o nosso Departamento de Trânsito, eu vou ter que puxar o chinelo para eles também. Eu tenho um chinelo 49 lá, que uma empresa me doou depois que eu disse que eu ia pegar o nosso secretário meia boca que tirou a vacinadora do Bairro Olarias”, relata.
Além disso, conforme o vereador, o município não cumpriu com suas obrigações e não deram andamento no projeto de lei sobre a Guarda Civil Municipal, na qual ele votou a favor. Logo em seguida, Blau, falando em tom alto, deu socos na mesa e criticou o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.
Canil regional
A vereadora Ana Rita de Azambuja – Ana da Apama (PP) falou sobre apresentar um requerimento para a construção de um Canil Regional, que abrigue os animais de todas as cidades do Vale do Taquari, já que muitos se perderam e estão em outras cidades. Algumas pessoas, presentes no plenário, levaram cartazes dando apoio à causa.
Outros projetos na pauta
Já entre os projetos, estavam propostas que tratam sobre permutas de terrenos envolvendo propriedades privadas e a prefeitura. Ambas tiveram pedidos de vista solicitados. Além disso, outros quatro projetos também tiveram a solicitação para mais tempo de análise dos vereadores.
Texto: Gabriela Hautrive
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